Em uma noite crítica à administração Biden, o ex-presidente Donald Trump parabenizou o autocrata russo Vladimir Putin por uma recente troca de prisioneiros, qualificando o acordo como o mais significativo desde o fim da Guerra Fria.
Durante um comício realizado no sábado em Atlanta, Trump elogiou Putin por ter enganado os funcionários americanos, mas não mencionou nenhum dos prisioneiros americanos libertados.
“Quero parabenizar Vladimir Putin por ter conseguido outro grande acordo... Temos 59 reféns; nunca paguei nada... Uau, fazemos acordos horríveis, horríveis. É bonito dizer que os recuperamos, mas isso não cria um péssimo precedente?”, afirmou Trump, criticando a gestão do governo americano no acordo.
O acordo, anunciado na quinta-feira pelo presidente Joe Biden e pela vice-presidente Kamala Harris, culminou com uma cerimônia emotiva na Base Conjunta Andrews, onde se reuniram com os prisioneiros liberados.
No entanto, de acordo com o Washington Post, Trump não reconheceu o trabalho dos funcionários americanos que negociaram o acordo durante meses. Em vez disso, mostrou-se cético em relação à eficácia dos negociadores americanos, qualificando seus esforços como vergonhosos em uma publicação no Truth Social.
Cabe destacar que Trump foi criticado por sua falta de menção aos prisioneiros libertados, especialmente ao jornalista do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, que esteve detido por mais de um ano na Rússia por acusações que o governo dos Estados Unidos denunciou como fabricadas. Embora Trump finalmente tenha pedido sua libertação em maio, durante o primeiro ano de detenção do jornalista ele se mostrou relutante em falar sobre o assunto.
O intercâmbio de prisioneiros incluiu 24 pessoas de sete países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Eslovênia, Polônia e Noruega, diante da Rússia e Bielorrússia.
Dos liberados do lado russo, 16 prisioneiros foram enviados, incluindo um encarcerado na Bielorrússia. Em troca, a Rússia recebeu oito pessoas, entre elas Vadim Krasikov, um assassino encarcerado na Alemanha, dois piratas informáticos e um suposto contrabandista com vínculos com os serviços de inteligência.
Trump também lembrou sua própria experiência em negociações de reféns, mencionando o caso de Otto Warmbier, um estudante americano liberado pela Coreia do Norte em 2017, cujo retorno implicou um acordo para pagar 2 milhões de dólares em contas médicas, embora Trump afirmasse que a conta nunca foi paga.
Trump enfatizou repetidamente sua estreita relação com Putin, afirmando que o presidente russo o respeita e que não teria invadido a Ucrânia se ele ainda estivesse no cargo. Em várias aparições públicas recentes, Trump assegurou que liberaria Gershkovich se fosse eleito presidente novamente, argumentando que Putin o faria "por mim, mas por mais ninguém".
Em outubro de 2017, o autocrata russo disse: "É seu primeiro mandato presidencial e ele está aumentando sua experiência nessa área. Nós falamos sobre esse tema (o programa nuclear da Coreia do Norte). E ele entende meus argumentos, os ouve... Acho que uma pessoa como Trump, com seu caráter, nunca será refém de ninguém".
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