Uma jovem mãe cubana residente em Holguín denunciou que seu filho, de apenas 20 dias de nascido, morreu em consequência de negligência médica em um hospital dessa província.
Arlety González, do Reparto Negrito no município holguinense de Antilla, contou ao meio independente CubaNet que tudo começou no dia 24 de janeiro, quando seu bebê adoeceu e, após um desfecho fatal, lhe disseram que se "fizesse a ideia de que ele não existia. Que ele nunca havia existido".
Explica que às 6:00 da manhã desse dia levou seu filho ao hospital, e ao chegar uma enfermeira o levou e ele não voltou a saber nada dele até 12 horas depois, quando viu chegar uma ambulância.
"Eu só via os médicos entrando e saindo e nenhum me dizia nada", contou a mulher.
González narrou que, durante o traslado, o bebê sofreu uma reação adversa ao antibiótico rosefín, o que lhe provocou uma parada cardíaca e convulsões.
"A enfermeira que estava na ambulância não queria que eu entrasse com ela porque dizia que eu não podia ir. Mas bem, eu briguei ali com ela e entrei na ambulância", lembrou.
Ao chegar ao hospital na capital provincial, pediram-lhe que se sentasse e esperasse, sem lhe dar informações sobre o estado de seu filho. A publicação não esclarece qual era a doença base do menor.
Finalmente, à mãe disseram que se ela quisesse vê-lo vivo, deveria passar para a sala.
"Assim esteve por três dias. O rosefín lhe causou uma reação adversa e pegou uma bactéria", explicaram a González.
No dia 26 de janeiro, após sofrer múltiplas paradas cardíacas, o bebê faleceu, precisa a nota.
Depois vieram horas angustiantes e humilhantes para a família. A mãe relata que seu filho morreu às 3:20 da manhã e que ao meio-dia ele ainda estava na sala porque não havia um auxiliar disponível para levá-lo ao necrotério.
Em meio à sua dor, González carregou seu pequeno e o levou ela mesma para o necrotério. No entanto, enfrentou mais obstáculos ao tentar velar seu filho em casa, precisa a nota.
"Como era um bebê e não tinha carteira, o médico me disse para me fazer a ideia de que ele não existia. Que ele nunca tivesse existido", relatou indignada.
Por último, as autoridades tentaram impedi-la de levar o corpo do filho para casa para velá-lo, chegando até a intervir os boinas vermelhas para tirar o corpo dela, o que ela impediu.
"Eu fiquei lá e disse a eles que tinham que me entregar meu menino porque esse era meu bebê. Porque, mesmo que estivesse morto, esse era meu filho. Ele tinha 20 dias", sublinhou.
Cada vez mais cubanos perdem familiares e denunciam irregularidades ou negligências médicas que custam vidas em Cuba.
Desde o gremio Médico Cubano Livre, seu presidente, Miguel Ángel Ruano, atribui isso ao fato de que os bons médicos estão em missões no exterior e na Ilha ficam profissionais recém-formados que têm problemas para diagnosticar devido à sua escassa experiência.
Há duas semanas, uma menina de 3 anos foi internada em um hospital devido a vômitos e dores de cabeça.
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