Treinador cubano critica atitude de seu boxeador após eliminação olímpica: "Não seguiu as indicações"

“Não fez nada do que dissemos. Ele se deixou atacar, começou a fazer defesa, a cair na agarrada. Isso não foi o que estava indicado”, relatou o adestrador Rolando Acebal.


Sem rodeios, o chefe de treinadores da equipe cubana de boxe, Rolando Acebal, criticou nesta quarta-feira a atitude de seu pupilo Saidel Horta após a derrota em sua primeira luta nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Acebal se mostrou totalmente insatisfeito com a apresentação de Horta, vice-campeão mundial de Tashkent 2023, pois ele não seguiu as orientações do corner e isso mudou todo o panorama.

"Independente de que ele poderia ter ganho a luta quando foi interrompida devido à lesão, Saidel confundiu o plano tático que tínhamos para este combate", expôs o treinador em declarações publicadas no Facebook pelo enviado especial da Radio Rebelde, o jornalista oficialista Guillermo Rodríguez.

“A estratégia era surpreendê-lo com golpes retos e explosivos”, afirmou antes de acrescentar que -depois de ganhar o primeiro round cumprindo a estratégia-, o antillano fez exatamente o contrário no assalto seguinte.

“Não fez nada do que dissemos. Deixou-se atacar, começou a se defender, a cair na agarrada. Isso não foi o que foi indicado, comentou-se que ele repetisse o que fez no primeiro assalto, e a partir daí não houve progresso. Transformou seu comportamento”, relatou.

Horta somou nesta quarta-feira a segunda derrota de Cuba no boxe olímpico em solo francês, após o resultado adverso contra Munarbek Seitbek Uulu, do Quirguistão, na divisão de 57 quilos.

O jovem lutador disse adeus à competição após uma situação inesperada, pois uma ferida em seu rosto o impediu de continuar a luta no terceiro e último round.

O antillano dominou o primeiro assalto, cedeu no segundo e a lesão fez com que os juízes mostrassem suas votações nos poucos compassos do período decisivo.

Assim chegou a pior das notícias: quatro dos cinco juízes viam dominar o euroasiático, medalhista de bronze do mundo e que venceu a votação dividida 2-3 para continuar no caminho em direção às medalhas.

Dessa forma, a maior das Antilhas só mantém em competição três de seus pugilistas, já que Julio César la Cruz também caiu em sua estreia diante de seu conterrâneo Loren Berto Alfonso, representante do Azerbaijão.

A falta de várias jornadas de combates, Cuba depende de Alejandro Claro (51), Erislandy Álvarez (63,5) e Arlen López, campeão em Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020.

López busca se tornar o quarto boxeador capaz de ganhar três vezes o principal evento multiesportivo do planeta. Vale ressaltar que La Cruz perseguia o mesmo objetivo, mas…

Conta a história que essa façanha foi apenas realizada pelo húngaro Laszlo Papp (1948, 1952, 1956) e pelos cubanos Teófilo Stevenson (1972, 1976, 1980) e Félix Savón (1992, 1996, 2000).

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