Cubana em Miami narra deportação de seu irmão: "Procurem um advogado que os defenda de coração"

A cubana é mãe de duas crianças e disse que graças ao seu irmão, vivem nos Estados Unidos. Esta família está destroçada com a deportação, mas tenta tirar a melhor lição deste duro processo.


Uma cubana em Miami narrou o recente caso de deportação de seu irmão, um imigrante com formulário I-220 A que se encontra no grupo de pessoas repatriadas para a ilha na semana passada.

No dia 18 de julho, chegou a Havana um voo de deportação dos Estados Unidos, com 54 cubanos a bordo. Entre eles está o irmão de Yeidis (@yeidistravelagentusa no TikTok).

A jovem mãe explicou cuidadosamente o caso de seu irmão e deixou importantes conselhos para os imigrantes cubanos nos Estados Unidos que estão passando por um processo semelhante ao que sofreu o jovem deportado.

Yeidis assegura que seu irmão superou a entrevista de medo credível, mas mesmo assim teve que apresentar seu caso no tribunal. O advogado que o defendeu, em vários momentos, mostrava-se duvidoso sobre a situação real de perigo que seu cliente poderia sofrer em Cuba.

"Escolham bem o seu advogado. Escolham um advogado que se identifique com o seu caso, que esteja em sintonia com a situação em Cuba e que os defenda de coração", recomendou Yeidis.

A jovem também pediu aos imigrantes que conseguiram um status legal nos Estados Unidos que tenham cuidado com suas declarações nas redes sociais, pois afirma que é muito frequente encontrar depoimentos de cubanos que desacreditam os casos de outros imigrantes da mesma nacionalidade.

Também fez um chamado, nos comentários da publicação, a não viajar desesperadamente para Cuba após conseguir a residência nos Estados Unidos, porque com esse comportamento em grandes massas, se transmite uma mensagem de que os cubanos "não são perseguidos políticos".

"Está o fator legal, mas também está a discricionariedade que é igual a 'o que os funcionários americanos entenderem'. Então, por favor, contribuamos para os casos de outros cubanos", disse.

Yeidis reconheceu com dor que seu irmão já está em Cuba e não pode reverter essa realidade, mas mostrou-se serena e preparada para aprender com essa derrota e reenfocar o futuro com estratégias mais acertadas que permitam algum dia reunir sua família fora da ilha.

"Se os cubanos continuarem falando bobagens nas redes sociais, o governo dos Estados Unidos acabará por revogar a Lei de Ajuste, porque não vão acreditar no que acontece em Cuba", disse a jovem.

Em seu testemunho, pediu também unidade na comunidade cubana no exílio.

"Façamos com que a comunidade cubana esteja unida para que possamos ser credíveis. Estamos sob o olhar da sociedade americana, devemos cuidar do que dizemos e do nosso comportamento, para preservar neste país as leis que nos beneficiam", comentou.

Recentemente, foram relatados numerosos casos de cubanos com formulário I-220 B que foram detidos após viverem mais de um ano nos Estados Unidos, apesar de estarem trabalhando e de manterem um comportamento social adequado. Muitas dessas pessoas estão à espera de processos de deportação para Cuba.

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