Com um extenso currículo de competências a nível regional e planetário, o lutador cubano Yasmani Acosta se torna uma das principais figuras da delegação do Chile para Paris 2024, motivo pelo qual não esconde seu desejo de ser o porta-bandeira da equipe nos próximos Jogos Olímpicos.
Em diálogo com o site digital latercera.com, o gladiador contou sem rodeios que, embora o assunto o "entusiasme muito", vê complicado realizar seu sonho devido a que "há muita xenofobia" no país.
"Me ilusiona muito, mas sempre tive minhas dúvidas. Muitos amam os migrantes, mas com este marco que foi revelado sobre migração, também há muita xenofobia", disse o nascido em Santiago de Cuba.
Nessa linha, o grequista acrescentou que "as pessoas são inteligentes e sabem diferenciar entre o imigrante bom e o ruim, mas sinto que ainda existe xenofobia. Há pessoas que não dizem isso abertamente, porque têm medo do que o público vá dizer".
Eu talvez tenha tido essa visão, talvez esteja correta, talvez não, mas eu gostaria de ser o porta-bandeira, mas sei também que aos olhos de outras pessoas eu sou um migrante. Em um evento tão importante, que é um marco para o Chile, espero que considerem como deveria ser - disse o lutador, de acordo com o meio Publimetro.
"Se não for eu, se for qualquer outro imigrante, seria bom, porque no final você está dando um impulso, está tornando visível. As grandes potências têm muitos migrantes", disse o medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, Chile, em 2023.
"Você vai me dizer que a França ganhou uma Copa do Mundo apenas com franceses? Você vai me dizer que os americanos não naturalizam jamaicanos? Se as grandes potências o fazem, nós, que estamos engatinhando, por que não fazer também? Você tem que se abrir a isso, dizer 'você era haitiano? Não importa mais, agora você é chileno, vai competir pelo Chile e eu te amo como qualquer um'. Acho que seria belo, porque são pessoas que vão contribuir", comentou o laureado atleta.
Yasmani Acosta é um dos principais expoentes de sua categoria a nível mundial, destacando-se por ter alcançado o quarto lugar em Tóquio 2020 nos 130 quilogramas.
Em 2015, enquanto participava do campeonato Pan-Americano específico de sua disciplina em Santiago do Chile, decidiu não retornar a Cuba.
Esse passo levou-o a trabalhar como segurança por dois anos, período durante o qual não teve treinamento esportivo e estava em processo para obter licenças de competição.
Uma vez obtida a autorização em 2017, ele retomou sua carreira esportiva estabelecendo-se no Centro Olímpico do Chile.
Em seu primeiro ano representando a nação sul-americana, Acosta conquistou uma medalha de prata no Campeonato Pan-Americano do esporte e uma de bronze no torneio mundial.
O ano de 2018 foi outro ano significativo para ele, pois, além de receber a cidadania chilena, conquistou uma medalha de bronze nos Campeonatos Pan-Americanos, ouro nos Jogos Sul-Americanos e ficou em oitavo lugar no campeonato mundial.
O ano de 2019 viu-o conquistar mais um bronze nos Campeonatos Pan-Americanos e ele tem se destacado em vários Grand Prix europeus.
Além disso, conquistou a medalha de ouro no Campeonato Pan-Americano de 2020, garantindo assim um lugar nos adiados Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde ficou a um passo do pódio ao terminar na quarta colocação.
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