Lixo invade uma igreja no Centro de Havana: "Está provocando doenças"

O governo cubano parou de recolher diariamente em Havana o equivalente a três piscinas olímpicas de lixo. A insalubridade no país está aumentando de forma alarmante.

Basura en iglesia de La Habana © Facebook Lester Rafael Zayas Díaz
Lixo na igreja de HavanaFoto © Facebook Lester Rafael Zayas Díaz

O pároco Lester Rafael Zayas Díaz denunciou a insalubridade que a igreja de São Judas e São Nicolau em Centro Habana enfrenta, onde a população deposita lixo diariamente na calçada e na rua, mas o governo não recolhe os resíduos.

É alarmante a situação de saúde que esta comunidade enfrenta devido ao acúmulo descontrolado de lixo. Em suas declarações, o sacerdote destacou a "negligência e indolência" no tratamento deste grave problema, classificando-o como uma "falta de respeito à convivência saudável".

Facebook Lester Rafael Zayas Díaz

O padre Zayas descreveu a situação atual da igreja e seus arredores como "insuportável", destacando que a poluição está causando doenças em grande parte de Centro Habana.

"Estou muito preocupado com a situação sanitária... e a da igreja, está piorando. A entrada lateral está obstruída, agora a entrada principal corre perigo, já estão despejando lixo lá, nos sentimos impotentes. Há lixo por todos os lados. As altas temperaturas, o cheiro e centenas de moscas representam um sério foco para a saúde pública", afirmou o pároco dessa comunidade.

Facebook Lester Rafael Zayas Díaz

As imagens compartilhadas pelo pai Zayas mostram um lixão em crescimento ao lado das paredes da igreja, no meio da rua e em frente às portas de dezenas de famílias.

A situação é representativa de um problema maior que afeta não apenas o Centro de Havana, mas toda a cidade e, segundo relatos, outras províncias do país.

Um estudo de Cuba Siglo 21 adverte que Havana se tornou um "foco crítico de insegurança sanitária" devido à proliferação de lixões nas ruas. O governo deixa de recolher diariamente na capital o equivalente a três piscinas olímpicas de lixo.

Esta situação favorece a presença de ratos e mosquitos, e o aumento de doenças como dengue e leptospirose. Além disso, os aterros urbanos são propensos a incêndios devido à produção de gás metano.

A acumulação de lixo não afeta apenas a saúde pública, mas também o valor imobiliário dos bairros. De acordo com o relatório "Havana, capital do lixo" do Cuba Século 21, a degradação dessas áreas reflete uma crise nas normas de convivência e aumenta o potencial criminoso da comunidade.

Esta situação, de acordo com estudos, também está associada ao aumento da criminalidade na capital do país.

A denúncia do Padre Lester Rafael Zayas Díaz evidencia a urgência de uma resposta eficaz por parte das autoridades para lidar com esse grave problema que afeta a qualidade de vida dos habitantes de Centro Habana e de outras regiões de Cuba.

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