Um imóvel localizado na rua Monte y Rastro em Centro Habana, foi demolido na passada quarta-feira, 3 de julho, de acordo com as redes sociais.
Por este motivo esteve fechada Monte, tinham um guindaste demolindo este edifício", escreveu o usuário Lázaro Leyva no grupo do Facebook "Acidentes de Trânsito em Cuba".
Parece que os trabalhos de demolição foram realizados sem aviso prévio aos transeuntes e condutores, afetando o tráfego normal nessas vias da capital cubana.
O próprio autor da publicação expressou na seção de comentários que "este é o terceiro em Monte, faltam muitos mais, eu passo e rezo para que não caia uma parede dessas que são umas quantas, deixe o sol brilhar um pouco mais e verão".
As péssimas condições apresentadas pelas construções em Havana e a falta de proatividade do governo da ilha também motivaram comentários céticos.
"Que a grua não vá muito longe, pois ao movê-lo, o vizinho pode ser levado junto e até mesmo a maçã inteira. O desastre é muito grande e isso pode causar o efeito dominó. Eu tenho experiência com isso", escreveu outra pessoa.
Um vídeo com um dos momentos da demolição foi filmado pelo opositor e ex-prisioneiro político Silverio Portal, que disse que as construções em Cuba apresentam uma situação "crítica".
Isso é o que restou de um sistema. Vivemos sob as ruínas, sob a morte... Caminhando pelas ruas, pensando que um teto pode cair em cima de nós, você está dormindo e a casa vai cair em cima de você, está pensando que seus filhos podem morrer, está preso e está dizendo que minha casa vai desabar", detalhou Portal no áudio do vídeo.
O meio de comunicação independente Cubanet juntou-se à denúncia deste fato, observando o ângulo da reutilização dos materiais de construção que são retirados nessas demolições.
Através de um vídeo que mostra como vários cubanos levavam consigo tijolos, paus, pregos, vergalhões e pó para enchimento de construção, o referido meio acrescenta que isso ajuda para futuras construções dos cubanos que são afetados pela escassez de materiais de construção, assim como podem vendê-los no mercado informal.
Entre as poucas ações de demolição registradas pelas autoridades cubanas, apesar de ter um sistema habitacional deteriorado, especialmente nos municípios de Centro Habana e Havana Velha, no ano passado várias atividades desse tipo puderam ser contabilizadas.
Em maio do ano passado, pouco mais de um ano após a explosão do Hotel Saratoga, as autoridades cubanas finalmente começaram a demolir as casas localizadas em Prado 609, destruídas pelo impacto da tragédia, conforme relatado por mídias independentes.
Também, alguns meses depois, os dois últimos andares de um antigo prédio no bairro de Los Sitios, em Centro Habana, foram demolidos devido ao risco de desabamento do imóvel, segundo fontes oficiais.
Enquanto a demolição de um edifício que sofreu um desabamento parcial no mesmo município, devido às intensas chuvas ocorridas em dezembro passado na capital cubana, também foi realizada antes do final de 2023.
O que você acha?
ComentarArquivado em: