Julian Assange é libertado após acordo com os Estados Unidos.

O acordo de culpa põe fim a uma longa saga legal que abrangeu vários continentes e se centrou na publicação de documentos classificados.

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, será libertado após se declarar culpado de um crime grave em um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e é esperado que retorne à Austrália depois.

De acordo com documentos judiciais apresentados na segunda-feira, este acordo de culpa encerra uma longa saga legal que abrangeu vários continentes e se centrou na publicação de documentos classificados, informou a agência AP.

Assange comparecerá na quarta-feira perante o tribunal federal nas Ilhas Marianas do Norte, um estado livre associado dos Estados Unidos no Pacífico ocidental, para se declarar culpado de violar a Lei de Espionagem ao conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações classificadas de defesa nacional, de acordo com uma carta do Departamento de Justiça.

Essa entidade explicou que a declaração ainda precisa ser aprovada por um juiz, mas que em breve concluirá com a perseguição que o governo dos Estados Unidos tem realizado há anos contra um editor que muitos defensores da liberdade de imprensa consideram um jornalista que expôs crimes do exército dos Estados Unidos.

No entanto, os pesquisadores afirmam que suas ações violaram leis destinadas a proteger informações sensíveis e colocaram em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos.

Espera-se que Assange regresse à Austrália após a sua declaração e sentença em Saipan, a maior ilha das Marianas. A audiência será realizada lá devido à oposição de Assange em viajar para o território continental dos Estados Unidos e pela proximidade do tribunal com a Austrália.

Um avião com Assange a bordo partiu de Bangkok na terça-feira após reabastecer, dirigindo-se a Saipan para o acordo de culpa que resolverá o caso legal sobre a publicação de documentos classificados.

O voo fretado de Londres, confirmado por sua esposa Stella, decolou do Aeroporto Internacional Don Mueang. A conta oficial do WikiLeaks na rede social X informou que Assange estava indo para Saipan, onde tem uma audiência judicial programada.

As autoridades judiciais britânicas confirmaram que Assange saiu do Reino Unido na noite de segunda-feira após ser libertado sob fiança em uma audiência secreta na semana passada.

Stella Assange expressou à BBC, da Austrália, sua euforia com a notícia, após grande incerteza nas últimas 72 horas sobre se o acordo iria se concretizar.

Os detalhes do acordo serão tornados públicos assim que forem ratificados por um juiz.

Numa mensagem em X, Stella mencionou que Assange deverá 520.000 dólares ao governo australiano pelo voo fretado que o trará de volta à Austrália, motivo pelo qual solicitou doações para cobrir o custo.

Kristinn Hrafnsson, editor do WikiLeaks, indicou que o acordo foi resultado do crescente envolvimento do primeiro-ministro australiano Anthony Albanese.

"Tem sido uma batalha difícil, mas o foco agora é que Julian possa retornar à sua família", disse Hrafnsson.

Num comunicado publicado em X, o WikiLeaks comemorou o anúncio do acordo e agradeceu a todos que têm apoiado Assange em sua luta pela liberdade.

Albanese disse ao Parlamento que um enviado australiano tinha voado com Assange de Londres. Além disso, afirmou que "independentemente da opinião que se tenha sobre a atividade do senhor Assange, o caso tem se prolongado demais. Sua prisão contínua não acrescenta nada e nós o queremos de volta na Austrália".

O regime cubano celebrou a notícia e considerou que Assange foi submetido a um "longo e cruel castigo imposto a ele por suas denúncias".

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