Aumentam os pedidos de asilo de cubanos na Espanha, mas muito poucos conseguem atingir seu objetivo.

De mais de 3.000 pedidos, apenas 30 receberam o estatuto de refugiado, embora haja mais de 1.900 pendentes de resposta.

Cubanos en manifestación en Bilbao © María Regla / Twitter
Cubanos em manifestação em Bilbau.Foto © María Regla / Twitter

As solicitações de asilo de cidadãos cubanos na Espanha aumentaram em mais da metade em comparação com o ano anterior, no entanto, a administração resolveu de forma favorável muito poucas solicitações.

Um relatório da Comissão Espanhola de Ajuda ao Refugiado (CEAR) revela que em 2023 foram registrados 3.082 pedidos de emigrantes cubanos, em comparação com os 1.392 formalizados em 2022.

Os dados refletem um aumento de 54% em relação ao ano anterior, o que fez com que Cuba subisse do décimo para o quinto lugar na lista de países solicitantes de proteção.

"É um reflexo da crise política e humanitária que este país está enfrentando", afirmou o CEAR em seu comunicado.

A entidade indica que, apesar deste aumento, apenas 1.157 pedidos foram resolvidos, dos quais apenas 30 receberam o estatuto de refugiado. Os outros 1.127 não receberam qualquer proteção: 777 por decisão desfavorável e 350 por arquivamento.

Estas cifras representam uma taxa de proteção de 3,7%, uma das mais baixas registradas", alertou o texto.

Faltam 1.925 processos de cubanos a serem resolvidos.

Os quatro países que estão à frente de Cuba em termos de quantidade de pedidos são Venezuela (em primeiro lugar pelo oitavo ano consecutivo), Colômbia, Peru e Honduras.

A Venezuela totaliza 60.534 requerentes, um aumento de 32% em relação ao ano anterior. No entanto, o tratamento da Espanha em relação a eles tem sido muito diferente do que o dado aos cubanos.

Até o momento, 41.051 casos foram resolvidos (mais da metade dos apresentados), dos quais, 40.708 tiveram uma resposta positiva. Apenas 124 foram negados e 219 arquivados.

Valoramos de forma positiva a correção da tendência restritiva no reconhecimento de razões humanitárias para solicitantes da Venezuela, conforme observado em nosso relatório anterior, aumentando de 65% em 2022 para 99% em 2023 - diz a CEAR.

Os cubanos enfrentam mais obstáculos para obter qualquer tipo de proteção internacional do que outros imigrantes.

O governo da Espanha alega que os cubanos emigram por motivos econômicos, sem reconhecer de fato o regime cubano como uma ditadura ou uma nação em crise.

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