Durante as viagens que a ex-candidata presidencial da oposição, María Corina Machado, faz pelo país, ela tem ouvido o clamor desgarrador de pais e mães venezuelanos que apenas desejam o retorno de seus filhos.
Felix Hurtado, um idoso que vive com um marca-passo, interceptou Machado durante sua visita ao estado de Bolívar, para dizer que seus filhos são profissionais e tiveram que sair do país.
Tenho sete filhos e todos partiram daqui, quero que meus filhos voltem. Só peço que Maduro vá embora e nos deixe em paz", suplicou entre lágrimas à ex-candidata, que respondeu emocionada: "Tenha confiança de que vamos conseguir".
Por sua vez, uma mãe identificada como Melisa Guzmán se aproximou desesperada: "Confio em você e meu coração está em você. Você é minha esperança para que meus irmãos, primos, minha filha, a única filha que tenho, retorne para minha casa".
"Vou votar, vou cuidar de você, não vou aplicar o 1x20, vou aplicar o 1x100 e irei a cada pueblo, a cada rincón para pedir às pessoas que votem", afirmou.
Em uma publicação na rede social X, Machado - que arrasou nas primárias da oposição no ano passado, mas foi desqualificada pelo regime de Maduro e, portanto, não poderá aparecer na cédula eleitoral nas eleições de julho - afirmou que muitas famílias venezuelanas foram separadas nas últimas décadas.
"Um país unido por um único propósito: chegar até o final, libertar a Venezuela e reunir as nossas famílias para sempre", garantiu.
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mais de 7,7 milhões de pessoas saíram da Venezuela em busca de proteção e de uma vida melhor.
A maioria - mais de 6,5 milhões de pessoas - foi acolhida por países da América Latina e do Caribe.
Em março passado, o regime de Maduro desabilitou Machado, que apesar de não estar na cédula das eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho, continua percorrendo o interior do país em busca de reavivar a esperança dos opositores e das pessoas cansadas do chavismo que têm anos desmobilizados.
A mulher realiza comícios e eventos de campanha em locais pequenos do país, onde reúne centenas de simpatizantes, ações também replicadas pelo chavismo, que busca a reeleição de Nicolás Maduro.
Após um acordo político entre amplos setores da oposição, o lugar de Machado na cédula será ocupado por Edmundo González, um ex-diplomata pouco conhecido.
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