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Falece o jornalista oficialista cubano Pedro de la Hoz.

De la Hoz acumulou um extenso currículo nos meios de comunicação do regime cubano. Além disso, dedicou-se à produção musical, televisiva e de espetáculos, bem como a assuntos relacionados à política cultural, redigindo textos contra artistas cubanos que denunciaram o governo da ilha no Parlamento Europeu.

Pedro de la Hoz © Prensa Latina
Pedro de la HozFoto © Prensa Latina

Com uma extensa folha de serviço nos meios de comunicação do regime cubano, o jornalista e escritor Pedro de la Hoz faleceu nesta quarta-feira em Havana, aos 71 anos, após travar uma dura batalha contra o câncer.

Segundo recorda o jornal oficialista Granma, o Prêmio Nacional de Jornalismo José Martí dedicou mais de três décadas de sua vida à sua redação cultural, ao mesmo tempo que destaca a sua coragem na luta contra a doença que o afligia.

Desde a rede social Facebook, o presidente da Casa de las Américas, Abel Prieto, expressou condolências aos familiares e amigos do também crítico cultural, que atuou como vice-presidente da União de Escritores de Cuba e liderou a Comissão Aponte dessa organização até o final de seus dias.

Captura do Facebook/Abel Prieto

Falleceu o brilhante jornalista e crítico Pedro de la Hoz. Da Casa das Américas, enviamos nossa solidariedade e nosso abraço para sua esposa Virginia, toda sua família, seus colegas da Presidência da UNEAC e da UPEC. Sentiremos falta do olhar perspicaz de Pedro, sempre anticolonial, sobre os processos culturais. Descanse em paz, irmão, detalha a postagem do ex-ministro da Cultura.

Na sua trajetória consta a sua participação no surgimento do jornal 5 de Septiembre de Cienfuegos, posteriormente trabalhou no Vanguardia de Villa Clara, onde fundou o suplemento cultural "Huellas" e mais tarde chegou ao órgão oficial do Partido Comunista de Cuba.

De la Hoz considerou Granma como sua segunda casa. Sem abandonar seu trabalho no jornal, foi assessor de Armando Hart por volta de 1994 e o primeiro diretor da revista Artecubano, do Conselho Nacional de Artes Plásticas. Como parte do capítulo da Rede em Defesa da Humanidade, participou de fóruns realizados em Roma, Caracas, São Salvador da Bahia e São Paulo", expôs o portal Cubadebate.

Além do jornalismo, sua obra abrangeu a produção musical, televisiva e de espetáculos, bem como questões relacionadas à política cultural, com textos polêmicos contra artistas cubanos que denunciaram o governo da ilha no Parlamento Europeu ou sua forte posição contra o reggaeton.

Nascido em Cienfuegos em 1953, uma de suas muitas polêmicas foi a sua participação no painel que criticou o documentário A Habana de Fito, do diretor Juan Pin Vilar, quando foi apresentado na televisão cubana.

O filme, que foi divulgado nesse meio em uma versão não autorizada pelo autor, foi precedido pelos ataques que De La Hoz e o resto dos convidados lançaram sobre a obra e seu realizador sem direito a réplica, lembrou o 14ymedio.

Assinou dezenas de livros, incluindo África na Revolução Cubana; Como o primeiro dia; Durban, dez anos depois; Hotel Nacional de Cuba, revelações de uma lenda; Fidel e Mandela.

Recebeu ao longo de sua carreira múltiplos reconhecimentos de instituições oficiais, como o Prêmio Nacional de Jornalismo Cultural José Antonio Fernández de Castro (1999) e o Prêmio da Imprensa Escrita Jorge Enrique Mendoza (2009), a Réplica do Machado de Máximo Gómez (2022), Mestre da Juventude, pela AHS em 2023, a Distinção pela Cultura Cubana (1996) e a Medalha Alejo Carpentier (2019).

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