O Uruguai processou mais de cinco mil pedidos de residência para estrangeiros durante os primeiros cinco meses de 2024, informou o governo neste sábado.
Uma nota oficial indica que de 1 de janeiro a 30 de maio, 5.143 estrangeiros, a maioria cubanos, venezuelanos, argentinos e brasileiros, solicitaram residência para viver no Uruguai.
Para responder a todas as solicitações, o governo inaugurou na sexta-feira um escritório de residências na sede da Direção Nacional de Migração.
O diretor daquela entidade, Eduardo Mata, informou que cerca de 70 migrantes iniciam seus procedimentos de residência todos os dias.
Estes procedimentos aumentaram significativamente em relação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 2.425 pedidos, afirmou o funcionário.
A nota não detalha se esses pedidos aumentaram após o decreto presidencial assinado no início de maio, que permitiria a milhares de cubanos naquele país resolver sua situação migratória, um benefício que os indocumentados vinham solicitando há meses.
Após vários anos exigindo ações do governo de Luis Lacalle Pou para obter residência no país sul-americano, os cubanos e outros imigrantes de nacionalidades que necessitam de visto para entrar no Uruguai finalmente poderiam ter acesso a um status legal com essa medida, conhecida como decreto de Residência por Arraigo.
O decreto de Residência por Arraigo prevê três tipos de residência: por arraigo laboral ou trabalho por conta própria (permanente), arraigo familiar (permanente) e arraigo para formação (temporária renovável).
Atualmente, a Comissão de Refugiados (CORE), o órgão responsável por processar as solicitações daqueles que entram no país como solicitantes de refúgio, tem mais de 24.000 aplicações pendentes de resposta.
Na sua maioria cidadãos de origem cubana ou de outras nacionalidades que necessitam de visto para entrar no país e que há anos se têm queixado de que sem regularização não conseguem arranjar emprego nem escola.
Um censo publicado em 2023 confirmou que os migrantes cubanos representam 20% da população estrangeira no Uruguai e milhares estavam em um limbo migratório do qual agora poderão sair graças ao novo decreto.
No entanto, em abril passado, cerca de 5.000 cubanos estavam em um "limbo migratório", pois não tinham status de refugiados e também não podiam desistir do pedido de refúgio para solicitar residência permanente, o que lhes permitiria a reunificação familiar.
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