O bem-sucedido empresário cubano-americano Sergio Pino afirmou que o governo de Havana irá armar armadilhas para se beneficiar das medidas econômicas recentemente aprovadas pela Administração de Joe Biden.
No entanto, Pino considera que o povo cubano pode receber benefícios. "O regime de Havana vai tentar se infiltrar. Claro que haverá armadilhas, mas essas medidas continuam sendo algo positivo", disse o milionário à Univisión Noticias.
Esta terça-feira, o Departamento do Tesouro anunciou um grupo de medidas econômicas para apoiar os empreendedores cubanos. Entre elas está a autorização para que empresários privados abram contas bancárias nos Estados Unidos.
Também é ampliado o termo "empreendedores independentes do setor privado", são reintegradas as transações "U-turn" para facilitar remessas e pagamentos dos Estados Unidos para Cuba, e são aguardados avanços na promoção da liberdade da internet na ilha.
Pelo que entendo, são contas para PMEs, para homens de negócios, e nada vinculado ao Governo de Cuba. Portanto, acho que é um passo em frente", disse Pino, que em setembro de 2023 hospedou em sua mansão em Miami mais de 70 empresários privados de Cuba.
Os proprietários de pequenas e médias empresas veem as oportunidades de negócio se ampliarem com as medidas da Administração Biden, mas nem tudo são rosas. Um setor da oposição em Miami alerta sobre os perigos de confiar no regime.
As novas medidas de Biden excluem uma série de atores políticos e funcionários do governo cubano, considerando-os "proibidos". Eles estão registrados em uma extensa lista de pessoas.
A lista inclui ministros e vice-ministros; membros do Conselho de Estado, do Conselho de Ministros e da Assembleia Nacional do Poder Popular; funcionários do Ministério do Interior e das Forças Armadas, do Tribunal Supremo, bem como de organizações e meios de comunicação estatais.
O governo cubano considera "limitadas" as medidas dos Estados Unidos para apoiar os empreendedores do setor privado, pois "não abordam o cerne do bloqueio contra Cuba nem impõem sanções adicionais".
Bruno Rodríguez Parrilla, afirmou que essas disposições não revertem o impacto do embargo sobre as famílias cubanas. O chanceler reclamou mais uma vez que o governo dos Estados Unidos mantém a inclusão de Cuba na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo.
Em ambos lados do estreito da Flórida, há expectativa e desconfiança em relação às medidas. Acredita-se que poucos bancos nos EUA estarão dispostos a trabalhar com empresários cubanos devido à alta percepção de risco e ao fato de Cuba ainda estar na lista de países que patrocinam o terrorismo.
Além disso, uma mudança de administração poderia reverter essas medidas, se Donald Trump ganhar as eleições em novembro. As restrições foram suspensas, mas dependerá das instituições bancárias privadas decidir se reagem com entusiasmo ou resistência, de acordo com os detalhes da regulamentação.
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