Em meio à escassez e preços em escalada desenfreada, o governo cubano inaugurou na terça-feira a quarta Feira Internacional de Alimentos em Havana.
No evento, que ocorrerá até quinta-feira, 23 de maio, no espaço Pabexpo, participam mais de uma centena de empresas de 20 países, incluindo algumas do setor privado cubano.
O regime promoveu a Feira Internacional de Alimentos, Bebidas, Embalagens e Tecnologia Alimentar como uma oportunidade para promover o investimento estrangeiro, aumentar as capacidades produtivas e criar projetos para fortalecer a debilitada indústria nacional.
O ministro da Indústria Alimentar, Alberto López Díaz, afirmou que o contexto atual é "mais complexo", e destacou que é "impostergável" reduzir a dependência das importações para as produções nacionais.
A abundância mostrada pelas empresas estatais na Feira contrasta com as prateleiras vazias dos supermercados, num momento em que a inflação e a desvalorização do peso cubano têm reduzido o poder de compra do povo.
Enquanto os cidadãos lutam para colocar comida na mesa, o governo exibe na Feira produtos principalmente destinados à exportação ou com preços inacessíveis para os cubanos.
A agência EFE visitou o estande da estatal Empresa Cubana del Pan, onde são exibidos doces, bolos e pães elaborados com matéria-prima importada devido à falta de farinha nacional.
Para a especialista em qualidade da empresa, Julia María Babastro, a feira Alimentos Cuba 2024 é "uma oportunidade para mostrar o que fazemos, apesar da situação difícil".
Além das empresas mistas com capital estrangeiro, o governo tenta atrair cubanos residentes no exterior para obter maiores receitas para adquirir matérias-primas e combustíveis.
A falta de alimentos básicos como leite, pão, arroz, carne, açúcar ou café é o dia a dia da maioria dos cubanos, somando-se a isso os apagões e a deterioração de serviços básicos como saúde e transporte.
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