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A administração Biden justifica a polêmica visita de funcionários cubanos ao Aeroporto de Miami.

"A TSA inspeciona os aeroportos cubanos para certificar sua capacidade de hospedar voos para os Estados Unidos e recebe visitas recíprocas ocasionais do Ministério dos Transportes cubano em aeroportos americanos para discutir as melhores práticas", afirmou um funcionário do Departamento de Estado.

Aeropuerto Internacional de Miami (imagen de referencia) © news.miami-airport.com / Steven Brooke
Aeroporto Internacional de Miami (imagem de referência)Foto © news.miami-airport.com / Steven Brooke

A administração do presidente Joe Biden justificou nesta terça-feira a polêmica visita de funcionários cubanos ao Aeroporto Internacional de Miami (MIA), indicando que se tratou de um intercâmbio entre profissionais para promover a segurança da aviação civil em ambos os países.

Foi assim que um funcionário do Departamento de Estado se expressou em declarações à Martí Noticias, indicando que a Administração de Segurança de Transporte (TSA, na sigla em inglês) trabalha em estreita colaboração com seus homólogos cubanos neste domínio específico.

"Isto implica que a TSA inspeciona os aeroportos cubanos para certificar sua capacidade de receber voos para os Estados Unidos e visitas recíprocas ocasionais do Ministério dos Transportes cubano aos aeroportos americanos para discutir as melhores práticas", afirmou o funcionário por e-mail.

Além disso, destacou que a TSA, em cooperação com o Departamento de Estado, é responsável por coordenar essas visitas de acordo com as autoridades e procedimentos aplicáveis. No entanto, funcionários do condado de Miami-Dade, que compartilham a gestão do MIA com autoridades federais, mostraram-se preocupados com uma situação da qual não foram informados.

Em declarações ao jornalista e influenciador Enrique Santos, apresentador da estação de rádio 97.7 Latino, o chefe de segurança pública do condado de Miami-Dade e candidato a xerife, James Reyes, expressou sua preocupação com uma visita de funcionários do regime cubano que não foi comunicada às autoridades do condado.

Posso dizer que estou obviamente muito indignado como filho de um preso político e surpreso que alguém tenha pensado que essa era uma boa ideia, ainda mais no Dia da Independência de Cuba - disse Reyes em entrevista a Santos.

O funcionário do condado afirmou que "ninguém no condado sabia desta visita" e explicou que existem áreas do MIA que não estão sob sua jurisdição, mas sim sob as autoridades federais. "Embora o aeroporto seja do condado, existem áreas que são geridas pelo governo federal e às quais nossos funcionários não têm acesso, como a TSA".

“Claramente, a decisão veio de Washington, do Departamento de Estado”, afirmou Fuentes, considerando que a visita de funcionários do regime comunista cubano numa data tão marcante “insulta nosso exílio”.

Por sua vez, o funcionário do Departamento de Estado que falou com a Martí Noticias afirmou que a TSA tem realizado avaliações frequentes nos aeroportos de Cuba desde 2003, e que Cuba começou a enviar visitantes recíprocos ocasionais aos Estados Unidos em 2011, o que continuou durante a administração do presidente Donald Trump até hoje.

Também expressou que "a segurança da aviação é claramente de interesse nacional" e que "dada a proximidade de Cuba e a existência de voos diretos de e para ambos os países, as autoridades estadunidenses e cubanas devem colaborar enquanto cada uma trabalha para garantir a segurança dos viajantes nos aeroportos".

"Como temos repetidamente destacado, vamos comunicar-nos com o governo cubano quando for do interesse nacional dos Estados Unidos," afirmou o Departamento de Estado.

Por sua parte, um porta-voz da TSA assegurou ao referido veículo de comunicação que "os funcionários cubanos não tiveram acesso a tecnologia ou sistemas sensíveis".

"Eles receberam uma descrição geral das operações de segurança da TSA, incluindo o equipamento que qualquer pessoa inspecionada no ponto de controle pode ver, demonstrando as melhores práticas em segurança da aviação civil, para que Cuba considere a implementação de medidas similares com sistemas similares", explicou.

Além disso, acrescentou que a agência trabalha regularmente com todos os países que têm voos diretos para os Estados Unidos e recebe funcionários governamentais e membros da comunidade de aviação nos aeroportos dos Estados Unidos para promover uma postura sólida de segurança da aviação global.

Reações entre legisladores e ativistas cubano-americanos

A visita, que ocorreu poucos dias depois de a administração Biden retirar Cuba de uma lista de países que "não cooperam plenamente" com os esforços antiterroristas (embora permaneça na lista de Estados patrocinadores do terrorismo), não foi bem recebida por políticos e ativistas cubano-americanos.

Conforme adverti, retirar Cuba da lista de países que 'não cooperam completamente' contra o terrorismo traria consequências. E já vemos a primeira. O fato de funcionários cubanos estarem percorrendo locais de alta sensibilidade para a segurança nacional no Aeroporto de Miami mostra o perigoso caminho que a Administração Biden está seguindo", afirmou a congressista cubano-americana María Elvira Salazar.

Para a representante republicana da Flórida, a administração atual "não vai parar até eliminar o regime cubano da outra lista, a de Estados Patrocinadores do Terrorismo". Diante dessa possibilidade, ela acrescentou que continuará "promovendo no Congresso a minha Lei FORCE, para que qualquer Presidente possa retirar Cuba da lista do terrorismo somente quando houver democracia na Ilha".

O descontentamento se estendeu ao congressista republicano da Flórida, Carlos Giménez, que disse na rede social X que responsabilizaria a administração Biden por permitir esta visita. Foi uma decisão "patética e perigosa", destacou.

O republicano Mario Díaz-Balart disse que o ocorrido "é absolutamente imprudente e perigoso" e coloca "em perigo" a segurança nacional dos EUA. "Precisamos de respostas imediatas sobre a autorização desta visita", afirmou.

"Apenas sob a administração de Biden seria permitido que um regime terrorista entrasse em nossas instalações seguras, em um dos aeroportos mais movimentados nos Estados Unidos", disse o senador Marco Rubio, republicano da Flórida.

Por sua parte, a prefeita do condado Miami-Dade, Daniella Levine Cava, disse que a notícia a surpreendeu. "Como muitos em nossa comunidade, fiquei surpresa ao saber que uma delegação cubana foi convidada para visitar as instalações da Administração de Segurança nos Transportes no Aeroporto Internacional de Miami", afirmou em comunicado. Também mencionou que o Departamento de Aviação de Miami-Dade não tinha sido informado.

O ativista do exílio, Ramón Saúl Sánchez, presidente do Movimento Democracia, escreveu nas redes sociais que o presidente Biden havia prejudicado "a segurança nacional" dos Estados Unidos e ofendido "a comunidade cubana no Dia da Independência".

No ano passado, uma visita semelhante organizada pelo Departamento de Segurança Interna e pelo Departamento de Estado aos quartéis da Guarda Costeira provocou a protesto dos congressistas cubano-americanos. Naquela época, o Departamento de Estado indicou que, mesmo sob o governo do presidente Donald Trump, ocorreram encontros semelhantes entre oficiais de ambos os países.

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