A cantora cubana Albita Rodríguez, que protagonizou uma fuga sem precedentes da ditadura cubana com toda a sua banda em 1993, revelou que esteve perto de desistir da arte, mas conseguiu triunfar nos Estados Unidos.
Depois de residir na Colômbia por três anos e oito meses, onde alcançou a fama, a cantora foi forçada a retornar a Cuba, como revelado em uma entrevista no programa “Se dice de mí” do Noticias Caracol, publicada neste sábado no YouTube.
No entanto, a decepção de confrontar o regime foi tão avassaladora que ele optou por emigrar para os Estados Unidos com toda a sua banda.
Rodríguez desafiou o governo cubano e emigrou de Ciudad Juárez, no México, para El Paso, no Texas, Estados Unidos.
"Todo o mundo queria sair. Com o dinheiro que tínhamos poupado, conseguimos chegar ao México. Ficamos lá por um dia, mas fomos avisados de que estavam a devolver as pessoas", confessou a artista, que também apontou que, por serem cubanos e colombianos, tinham um risco duplo de serem impedidos de passar.
Ao atravessar a fronteira, Rodríguez tinha certeza de que nunca mais voltaria a cantar.
A minha obsessão, o que eu queria, era tirar a minha família de Cuba, especialmente a criança, para que ela tivesse outra possibilidade de vida, e seguir em frente com a minha família. Eu dizia 'tenho que trabalhar no que der dinheiro para poder fazer isso'”, compartilhou a cantora, cujo sonho refletia o desejo compartilhado por muitos emigrantes cubanos: facilitar a saída dos seus entes queridos da ilha prisão.
No entanto, a família também reuniu coragem e conseguiu escapar do governo. Depois de uma longa e angustiante viagem de barco, e depois de ficarem perdidos no mar, finalmente conseguiram se reencontrar.
Já com seus entes queridos nos Estados Unidos, à artista cubana restava apenas o desafio de triunfar nos palcos norte-americanos, já que seu sucesso na Colômbia não garantia o êxito.
Rodríguez admitiu que graças a Emilio Estefan conseguiu assinar um contrato com a Sony. Além disso, ele conseguiu ter seu próprio programa, o qual venceu o prestigioso prêmio Emmy.
Apesar de ter vivido décadas no exílio cubano, a cantora expressou em várias ocasiões seu amor por seu país de origem e sua música. No entanto, também afirmou que não tem planos de retornar, pois considera que seria uma traição a si mesma, dada a falta de mudanças significativas na realidade política.
A sua posição ficou bem clara quando, há alguns anos, exigiu a libertação do artista independente Luis Manuel Otero Alcántara, que foi arbitrariamente preso pelo regime da Ilha.
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