Residentes em Santiago de Cuba estão denunciando uma eclosão de doenças sobre a qual as autoridades estão mantendo total silêncio.
O jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada denunciou no sábado no Facebook que existe um "grande surto" de epidemia com sintomas de febre e vômitos nos bairros Quintero, Santa María e Boniato, no município sede.
A informação foi confirmada por mais de 300 pessoas na publicação.
"Neste momento, conheço mais de 20 pessoas infectadas e eu também passei por isso. São dores de cabeça insuportáveis, febre, dor nas costas, vômitos, diarreia, dor nos olhos e quando você se cura, acaba ficando muito fraco e com dores de cabeça leves por alguns dias", disse um trabalhador por conta própria.
"Eu estive gravemente doente e na minha área, quase todos estavam da mesma forma. Há focos por toda parte e dizem que não há petróleo", indicou uma cantora.
É verdade, em quase todas as casas há um caso disto. Há quem diga que é dengue, outros que um vírus. Eu não sei, só sei que os sintomas são febre, dor de cabeça, dor nas costas, nos olhos, tonturas, vômitos. Enfim, no meu quarto dia não tenho febre, mas ainda estou muito desconfortável", contou uma jovem.
Vários internautas afirmam que, com o calor, há uma maior propagação de mosquitos e, como cortam a eletricidade quase durante toda a noite, não é possível usar os ventiladores para afugentar os mosquitos.
Outros lembraram que há muito pouca limpeza, faltam sabonetes, detergentes e desinfetantes para garantir a higiene adequada.
Essa opinião foi compartilhada por Mayeta Labrada, que pediu aos seus leitores que, se ficarem doentes, informem o que o médico diz a eles.
Embora as pessoas tenham procurado as instalações hospitalares e áreas de saúde, os médicos não conseguem determinar que epidemia pode ser, muitos comparando os sintomas ao do dengue, algo ainda não confirmado pelo Ministério da Saúde Pública.
O repórter compartilhou fotos e vídeos que mostram as péssimas condições higiênicas em Santiago de Cuba, onde existem graves problemas de acesso à água potável; com pessoas que recebem água de cor marrom, outras que vão com seus baldes para coletar o líquido de um vazamento em um local cercado por resíduos e entulho, até um rio de água suja que flui por várias quadras.
O armazenamento de água potável em tanques baixos, vazamentos e águas paradas em bairros periféricos, grandes lixões e áreas com arbustos e ervas altas e não atendidas por serviços comunitários são causas favoráveis para a propagação da dengue ou qualquer epidemia", lembrou em seu Facebook.
Coloquem em quarentena muitas destas áreas e forneçam alimentação para que não precisem sair de seus bairros em busca de alimentos ou qualquer produto essencial, a fim de evitar a propagação para outras áreas que ainda não foram afetadas - exigiu.
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