
Os residentes do bairro Los Pinos, em Santiago de Cuba, denunciam mais de 20 dias sem serviço de água potável, ressaltando a crise persistente que o regime ainda não conseguiu resolver.
O comunicador Yosmany Mayeta alertou neste sábado no Facebook sobre a situação na comunidade, onde as pessoas estão há mais de três semanas sem acesso ao serviço de água potável, e quase ninguém pode arcar com o custo dos caminhões-pipa clandestinos que circulam pela vizinhança.
“Esta pipa que você vê na foto foi até a rua B de Los Pinos, encheu os tanques de uma vizinha e cobrou um preço muito alto, mas ninguém mais conseguiu pegar água, porque tínhamos que pagá-la”, denunciou Mayeta, alertando que os caminhões-pipa estão aproveitando a difícil situação da população para lucrar.
No entanto, a verdadeira raiz do problema reside no fato de que o regime não resolveu a crise que a comunidade enfrenta há mais de 20 dias, obrigando as pessoas a tomar medidas extremas, como coletar o precioso líquido diretamente de um vazamento na rua.
A senhora que se comunicou com o jornalista Mayeta expressou que a comunidade está exigindo ao governo de Santiago de Cuba que restabeleça o abastecimento na localidade, já que "muitas famílias não têm nem uma gota para realizar as tarefas domésticas", o que afeta especialmente crianças e idosos.
Estes últimos, em muitas ocasiões, ficam impossibilitados de carregar água ou de se deslocar para lugares onde há abastecimento.
Através de alguns vizinhos, a CiberCuba confirmou que há pessoas que estão sem serviço de abastecimento de água há mais de um mês, e se veem obrigadas a se deslocar para outras áreas da cidade para conseguir acessar o precioso líquido.
“Ontem chegou um jato fraco que não alcançou o reservatório elevado da minha casa. Graças a um vizinho que me encheu algumas garrafas, tenho um pouco de água para beber e cozinhar”, comentou uma senhora idosa, moradora da localidade.
A precária situação do abastecimento de água na comunidade santiaguera, assim como em outras localidades, juntamente com a ineficácia do governo local, resultou no surgimento de doenças na população.
Mayeta denunciou no sábado no Facebook que há um "grande surto" de epidemia com sintomas de febre e vômitos nos bairros Quintero, Santa María e Boniato, no município sede.
A informação foi confirmada por mais de 300 pessoas na publicação.
"Atualmente, conheço mais de 20 pessoas infectadas e eu também passei por isso, são dores de cabeça insuportáveis, febre, dor nas costas, vômito, diarreia, dor nos olhos e, quando você se recupera, fica com um cansaço extremo e dores leves de cabeça por alguns dias", disse um trabalhador autônomo.
"Eu estive grave e na minha região quase todo mundo esteve da mesma forma. Existem focos em todo lugar e dizem que não há petróleo", apontou uma cantora.
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