Lester Domínguez Ortiz, o adolescente que há pouco mais de um ano foi atacado com um facão durante o roubo violento de seu telefone na cidade de San Germán, em Holguín, está insatisfeito com o julgamento de seu agressor, conforme seu pai, Dennis Domínguez, divulgou nas redes sociais.
Num extenso texto publicado no Facebook, Dennis Domínguez expressou seu medo de que o acusado seja beneficiado pelo tribunal.
Lá na prisão, o tempo pendente está na cozinha e fora os comentários dos detentos e guardas dizem que ele é da família de Gámez, que está à frente da Provisória, ameaçando os detentos dizendo que esse é seu ahijado e que nada pode acontecer com ele. Desfrutando de privilégios melhores", reclamou Domínguez sobre as supostas regalias das quais estaria desfrutando na prisão Adrián Grass Bermúdez, acusado de ferir gravemente Lester em março de 2023.
É necessário acrescentar que ele foi levado a julgamento - que foi concluído para sentença na quarta-feira desta semana - em um carro moderno, enquanto os outros detentos são transportados em um veículo policial "jaula" especialmente designado para isso.
Até onde vai a corrupção deste país? Não respeitam o povo e as leis continuam sendo flexíveis e o crime corre solto [...] Se você joga uma pedra e se manifesta na rua para reivindicar seus direitos, eles não olham para trás antes de te dar 15 anos", questionou ao comparar a diferente medida usada para avaliar os criminosos comuns e os presos políticos.
A petição do Ministério Público contra Grass Bermúdez - o único acusado depois que o outro agressor se enforcou - é de 24 anos de privação de liberdade: 20 anos por roubo com violência e intimidação e quatro anos por furtos contínuos de telefones celulares.
O pai de Lester Domínguez Ortiz explicou que durante a audiência foram feitas apenas duas perguntas a ele: se conhecia o assaltante de seu filho e se a família deste havia fornecido alguma ajuda.
Dennis Domínguez disse que seu filho havia sido namorado da irmã do agressor e que a família deste ajudou a sua durante três ou quatro meses após os acontecimentos.
No entanto, ele apontou que as perguntas eram "incoerentes" e lamentou que não tenham investigado o estado atual do adolescente, do qual não se sabe se poderá voltar a andar e que atualmente até está passando por um processo febril.
Domínguez também criticou o fato de não ter havido perguntas sobre os gastos que a família teve que incorrer durante a recuperação de seu filho.
O pai do menor, que atualmente tem 17 anos, insistiu que Lester está muito decepcionado com o Governo cubano, "mas não com o povo que o apoiou em todos os momentos desde que o incidente aconteceu".
Em outra publicação anterior nesta mesma semana relacionada ao curso do julgamento, Dennis Domínguez deu a entender que durante o julgamento oral tentou-se apresentar o assaltante que se enforcou como o autor principal dos eventos, mas observou que Adrián era quem tinha um facão após a agressão ao seu filho, e que foi em seu quintal onde essa arma e o celular do adolescente foram encontrados. Além disso, tinha o sangue dele nas roupas.
Mais de um ano após ser vítima de um brutal assalto com um facão em Holguín, Lester Domínguez Ortiz ainda não conseguiu voltar a andar.
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