Pacientes cubanos com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) denunciaram a falta de medicamentos antirretrovirais para o controle de sua doença na Ilha.
De acordo com a Martí Noticias, ao relatar a história de alguns cubanos, é preocupante a falta de medicamentos para a doença, e além disso, é ressaltada a difícil situação para alcançar uma alimentação equilibrada, tão importante para esses pacientes.
Ao relatar a história de Dianelys Martínez Valle, residente em Perico, Matanzas, que afirma ter sido infectada em 2015 devido a uma transfusão de sangue recebida em um centro de saúde pública durante sua gravidez, destacam-se falhas na atuação das autoridades cubanas.
A jovem mãe diz estar cansada de escrever cartas para Havana pedindo soluções para o seu filho doente.
Martínez Valle denunciou à Martí Noticias que foi maltratado no hospital e discriminado. Ele relatou que a cada mês surge um problema diferente. Seu filho teve que tomar um antirretroviral para adultos, pois o país não possuía medicamentos para crianças, o que causou tremores. Segundo ele, nem mesmo as vitaminas necessárias para a criança são fornecidas pelo Estado.
Ella, seu filho de nove anos e seu marido foram diagnosticados com HIV e afirmam que "em Cuba não há reagentes para nenhum tipo de análise. Há meses que nem mesmo fornecem a dieta necessária para a alimentação do meu filho. Todo mundo sabe que os pacientes com HIV precisam se alimentar bem, porque os retrovirais são muito fortes. Meu filho teve anemia várias vezes", disse a mãe.
Sua história se une à de Evelin Pineda Concepción, uma cubana residente em Guanabacoa que teve que vender sua casa nesse município para alimentar seu filho, portador de HIV.
Desde que diagnosticaram meu filho tem sido uma dor de cabeça conseguir os antirretrovirais. É mais o tempo em que não os tem do que quando nos os dão - disse Pineda Concepción também à Martí Noticias.
O filho de Evelin tem oito anos e uma paralisia que afeta metade do seu corpo.
Tivemos que vender a casa para alimentar a criança e comprar comida, além de levá-lo às consultas, porque a saúde é gratuita, mas o transporte não", acrescentou na reportagem da Martí Noticias, onde também disse que os alimentos que eram antigamente fornecidos pelo Estado têm diminuído.
A escassez de medicamentos na ilha é uma realidade palpável e os pacientes com HIV não escapam dela. Desde 2022, autoridades de saúde de Cuba reconheceram que a falta de preservativos no país dificulta o controle da doença.
Há vários anos, os cubanos têm se queixado da escassez de preservativos, o que tem provocado um aumento de gravidezes em adolescentes e jovens, assim como o aumento das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).