Adriano Rodríguez, outro jovem desaparecido durante incêndio em Matanzas

“Eu sempre terei esse vazio no meu peito de que você vai fazer falta”, disse uma amiga do bombeiro de 19 anos, presumidamente falecido na tragédia da Base de Supertanqueros.

Adriano Rodríguez © Facebook/Saritahh Santana
Adriano RodríguezFoto © Facebook/Saritahh Santana

Este artigo é de dois anos atrás.

Adriano Rodríguez, de 19 anos, é um dos 14 desaparecidos no incêndio na Base de Supertanqueros de Matanzas, confirmaram depoimentos de pessoas próximas.

Segundo amigos próximos que publicaram nas redes sociais palavras emotivas sobre seu suposto falecimento, o jovem cumpria o Serviço Militar Obrigatório no Corpo de Bombeiros de Cuba.

“Meu Tato, meu menino pequeno, como você se foi assim, sem mais nem menos, sem que eu pudesse te ver, sem que eu pudesse me despedir de você... sem um abraço, sem um beijo, sem poder te dizer que você era meu único amigo em quem confiava para qualquer problema e que você sempre me apoiava em tudo, sem poder te dizer o quanto eu te amava. Mas você não está mais aqui e tudo isso fico guardado no coração porque sei que agora só me restam as lindas memórias que vivemos e que nunca na minha vida vou esquecer...”, disse no Facebook uma de suas amigas mais próximas, que se identifica na rede como Saritahh Santana.

Captura do FacebookSaritahh Santana

A jovem menciona, além disso, em sua emotiva mensagem de despedida, na qual compartilha várias imagens do jovem bombeiro que “hoje você não está mais e eu sei que nunca poderei te ver novamente, e você não imagina a dor imensa que ficou em mim. Sempre terei esse vazio no meu peito pela sua falta, Tato”.

Embora o governo cubano não tenha fornecido informações sobre a identidade das pessoas desaparecidas, um relatório do portal de notícias Cubanet indica que, após entrar em contato com um vizinho da família de Adriano, ainda não há confirmação das autoridades sobre seu falecimento, e que “seus pais estão em Matanzas aguardando a localização de seu filho”.

Até o momento, as autoridades só confirmaram oficialmente o falecimento do bombeiro Juan Carlos Santana Garrido, mas nesta terça-feira o governante cubano Miguel Díaz-Canel confirmou o início da busca pelos restos das 14 pessoas desaparecidas nesta tragédia.

Captura do FacebookSaritahh Santana

“Vamos entrar agora no momento mais difícil para encontrar os cadáveres das pessoas falecidas, que é um momento triste, doloroso, muito intenso em termos sentimentais, mas que também precisamos enfrentar”, disse o mandatário nesta quarta-feira a meios oficiais da ilha em um vídeo compartilhado no perfil do Twitter da Presidência de Cuba.

Neste último domingo, o governante cubano afirmou que a busca pelas pessoas desaparecidas nesta tragédia começaria após o incêndio ser controlado.

"Na medida em que conseguirmos controlar o incêndio, poderemos iniciar a busca pelos desaparecidos. Assim que o incêndio for apagado e as temperaturas diminuírem, as operações de resgate das vítimas começarão", assegurou o governante a meios de comunicação oficiais cubanos após seu encontro no Hotel Velasco com familiares dos desaparecidos.

"Todo o apoio para vocês e estamos aqui para o que precisarem", disse o mandatário, que também visitou os feridos no acidente, internados no hospital de Matanzas, Faustino Pérez.

Também nesta segunda-feira, houve repercussão sobre a reação da mãe de um dos jovens cubanos que estão desaparecidos devido ao acidente.

Elizabeth Leyva, mãe de Luis Ángel Álvarez, disse em uma publicação emotiva que se "sentiu às escuras" após a confirmação da morte de seu filho durante o incêndio na Base de Supertanqueros de Matanzas.

Captura do FacebookSaritahh Santana

El joven de apenas 23 años formaba parte del grupo de bomberos en la primera línea del incendio cuando explotó un segundo tanque de combustible en la madrugada del sábado, dejando 14 desaparecidos.

"Dios me regalou esta estrela, meu filho Luis Ángel, mas Ele a levou para que ilumine o universo e o proteja, deixando-me à sombra, sem alma, sem coração", postou Leyva no Facebook. Além disso, atualizou as fotos de seu perfil com uma imagem de seu filho com o sinal de luto.

Além desse testemunho, Yunia Doval, tia de Leo Alejandro Doval, um dos desaparecidos durante o incêndio em Matanzas, expressou sua indignação pela morte do sobrinho e explicou que o jovem, de apenas 19 anos, não deveria ter sido enviado ao local do sinistro.

"Eu não te quero herói, meu filho, prefiro que sejas covarde!", afirmou a mulher em um emocionante post no Facebook.

"Eu sempre admirei seus valores e sabemos, sua família, que você não é do tipo que foge, sem imaginar que hoje eu preferiria que você tivesse escapado. Sentiria o mesmo orgulho se você chegasse agora dizendo que de repente se tornou covarde, rebelde, desafiador e desceu do caminhão de bombeiros, porque, no fim das contas, você não é um deles. Você seria um neurocirurgião!", expressou Doval.

Captura FacebookSaritahh Santana

VER COMENTÁRIOS (6)

Arquivado em: