Cubanos na República Dominicana acusam a Embaixada em Santo Domingo de boicotar protesto pacífico.

"Tiveram o apoio cúmplice da Polícia, a quem enganaram e manipularam dizendo que nós faríamos um atentado terrorista."

Cubanos en República Dominicana © Cortesía Manuel Milanés
Cubanos na República DominicanaFoto © Cortesia Manuel Milanés

Este artigo é de há 3 anos.

O empresário e economista cubano Manuel Milanés contou o que ocorreu neste domingo em frente à Embaixada da ilha na República Dominicana, quando a delegação diplomática usou a polícia desse país para boicotar um grupo de cidadãos que queria protestar pacificamente.

"Nosotros citamos para as 10h30 da manhã e eles, os da Embaixada, chegaram às nove e tiveram o apoio cúmplice da Polícia, a quem enganaram e manipularam dizendo que nós faríamos um atentado terrorista", disse a CiberCuba o também organizador e promotor da iniciativa.

No vídeo, é possível ver como foram interceptados pelos uniformizados, que pediram aos manifestantes que desocupassem o local, alegando que não tinham as permissões necessárias.

"Eles o que não esperavam era que obtivéssemos uma permissão assinada pelo Ministério do Interior e que tivéssemos tudo em ordem. Mesmo assim, insistiram e tentaram encontrar maneiras de impedir que nos expressássemos livremente em um país em democracia, que outrora sofreu uma ditadura e sabe muito bem o que significa viver sob o jugo opressor", acrescentou Milanés.

Permissão do Ministério do Interior para que realizassem a protesto pacífica / Foto: Cortesia Manuel Milanés

Enquanto os cubanos que se reuniram para exigir liberdades em Cuba e mostrar sua solidariedade com o Movimento San Isidro e o rapper Denis Solís, pode-se ouvir um grupo de dominicanos simpatizantes do governo da ilha que gritava slogans e ofensas contra os manifestantes.

"Não eram nem quatro gatos, a maioria eram pessoas que acreditam na história da revolução de Fidel Castro e não querem reconhecer que lá, em Cuba, há uma ditadura", disse Milanés, que ofereceu detalhes das calúnias que foram lançadas contra eles por parte da diplomacia.

"Inclusive, falou um dominicano chamado Roberto Payano, que é coordenador da Campanha Dominicana de Solidariedade com Cuba, que disse que nos pagavam para estar lá e que o resto das manifestações que eram feitas no mundo não eram um exercício democrático. Ele mentiu ao dizer que essas protestas eram feitas com violência, quando todos sabem que foram pacíficas e de acordo com as leis de cada país, e até chegou a afirmar que a permissão do Ministério do Interior era ilegal e inconstitucional", apontou.

O cubano acrescentou que alguns jornalistas e meios locais refletiram sobre o que aconteceu e distorceram a verdade, acusando-nos de coisas muito sérias, como cumprir ordens do Governo dos Estados Unidos.

"Um deles foi Roberto Cavada, muito conhecido aqui na República Dominicana, e que em seu site citou a agência de notícias estatal Prensa Latina, que tentou nos apresentar como se fôssemos alteradores da ordem pública", pontuou Milanés.

O grupo de cubanos a favor da democracia na ilha se sente decepcionado com as autoridades dominicanas e espera que eventos como este não se repitam, pois atentam contra os direitos dos residentes nesse país, independentemente da nacionalidade, e por isso avaliam a possibilidade de apresentar uma demanda após serem difamados sem provas.

"A embaixada cubana, ao criar este estado de opinião, coloca em dúvida não apenas o trabalho do presidente, mas também do Ministério do Interior e da Polícia e dos órgãos de inteligência e contrainteligência, como se não fossem capazes de detectar uma tentativa de ato terrorista em território dominicano", destacou Milanés à CiberCuba.

Por último, manifestou sua satisfação porque, apesar dos contratempos e do boicote oficial ao direito legítimo à protesto pacífico, conseguiram realizar sua atividade e cumprir seu objetivo, que não é outro senão o pedido de liberdades em Cuba.

"O regime tem o mundo adormecido com o sonho comunista. Se conseguirmos romper essa cumplicidade, será um passo importante", finalizou.

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Lázaro Javier Chirino

Jornalista da CiberCuba. Licenciado em Estudos Socioculturais pela Universidade da Ilha da Juventude. Apresentador e jornalista em rádio e televisão.


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