O governo cubano confirmou o aumento de casos de hepatite A no país.
O diretor nacional de Epidemiologia do Ministério da Saúde Pública (MINSAP), Francisco Durán, informou na televisão estatal sobre o surgimento de casos dessa doença.
Durán explicou que esta é uma doença de transmissão digestiva, relacionada ao consumo de água contaminada com fezes de pessoas que já estão infectadas.
"Há um aumento, assim como há um aumento da doença diarreica também", destacou.
De acordo com o especialista, os sintomas incluem mal-estar geral, icterícia (coloração amarela) na pele e nas mucosas dos olhos, além de febre em alguns casos.
"É uma doença viral, pois é o vírus da hepatite A", enfatizou.
Para preveni-la, é importante consumir alimentos não contaminados. Por isso, é necessário lavar bem os vegetais e sempre beber água fervida ou clorada.
"Está sendo trabalhado para garantir a disponibilidade de hipoclorito de sódio a 1% nas farmácias a um preço acessível", especificou.
Em maio, houve um aumento de casos de hepatite A no bairro Reina da cidade de Cienfuegos, com mais de 5.000 pacientes detectados, o que levou as autoridades a adotarem medidas de vigilância epidemiológica.
Liván Rojas Lantigua, da Direção de Saúde da província, informou que a maioria dos casos estava concentrada em quatro quadras do bairro. Lá, foram realizadas ações "para aumentar a percepção do risco de contrair o vírus", como o controle de focos nas residências para manter a vigilância sanitária.
Na semana passada, Durán alertou sobre a necessidade de redobrar os cuidados com os alimentos e a água, especialmente durante as festividades de fim de ano, para evitar um aumento nos casos de diarreia.
O especialista informou que Cuba encerra 2024 com transmissão ativa de dengue em 13 províncias, com um número considerável de pacientes internados, dos quais alguns são casos graves. Por sua vez, o Oropouche afeta 15 províncias, com menor gravidade devido a uma sintomatologia mais discreta, sendo que a maioria dos casos é tratada em casa.
Tudo isso reflete um panorama epidemiológico crítico, agravado por problemas de saneamento e deficiências estruturais.
"O quadro clínico da dengue e do Oropouche é muito semelhante, o que pode gerar uma falsa sensação de segurança nas pessoas, fazendo-as pensar que é Oropouche, quando na realidade pode ser dengue, que pode se agravar", alertou.
O epidemiologista destacou que, embora não tenham sido registrados casos de zika, chikungunya ou febre amarela em Cuba, o Aedes aegypti continua sendo o vetor responsável por essas arboviroses; por isso, é vital fortalecer as medidas de saneamento e o controle de focos.
"Sabemos dos problemas que existem com a coleta de lixo, mas cada um deve se esforçar em seu entorno para minimizar os riscos", acrescentou Durán.
Perguntas frequentes sobre o aumento da hepatite A em Cuba
O que causou o aumento de casos de hepatite A em Cuba?
O aumento de casos de hepatite A em Cuba está relacionado com o consumo de água contaminada com fezes de pessoas infectadas. Isso destaca a grave situação sanitária e a falta de acesso a água potável segura, que são problemas estruturais no país e estão sendo agravados pela ineficácia do governo cubano em garantir condições adequadas de higiene.
Quais são os sintomas da hepatite A?
Os sintomas da hepatite A incluem mal-estar geral, icterícia (coloração amarelada na pele, mucosas e olhos) e febre. Esses sintomas indicam uma infecção viral que afeta principalmente o fígado e pode ter um impacto sério na saúde se não forem tomadas medidas preventivas adequadas.
Quais medidas podem ser tomadas para prevenir a hepatite A em Cuba?
Para prevenir a hepatite A, é fundamental consumir alimentos não contaminados, o que implica lavar bem os vegetais e sempre beber água fervida ou clorada. No entanto, em Cuba, a falta de recursos e as condições inadequadas no fornecimento de água potável dificultam a implementação dessas medidas preventivas.
O que o governo cubano está fazendo para controlar a hepatite A?
O governo cubano implementou medidas de vigilância epidemiológica em resposta ao aumento dos casos de hepatite A. No entanto, a falta de recursos, a escassez de produtos de higiene e a ineficiência na gestão da saúde limitam a eficácia dessas ações, deixando a população exposta a riscos maiores.
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