Vídeos relacionados:
As relações entre a Rússia e os Estados Unidos atingiram seu ponto mais crítico desde a crise dos mísseis de 1962, conforme reconhecem diplomatas de ambas as nações.
Nesse contexto, o governo russo emitiu um forte aviso a seus cidadãos, recomendando que não viagem para os Estados Unidos, Canadá e vários países da União Europeia, alegando riscos de serem "perseguidos" pelas autoridades americanas, informou a agência de notícias Reuters.
"No contexto do aumento da confrontação nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos, que estão à beira da ruptura por culpa de Washington, as viagens aos Estados Unidos, seja por motivos pessoais ou por necessidade oficial, envolvem sérios riscos", afirmou Maria Zajárova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em uma coletiva de imprensa.
Zajárova instou a evitar viagens aos "Estados Unidos da América e seus estados aliados satélites, incluindo, em primeiro lugar, o Canadá e, com algumas exceções, os países da União Europeia", especialmente durante as próximas festividades.
O deterioramento das relações se reflete em acusações mútuas entre Moscovo e Washington de prisões injustas e assédio a diplomatas.
Atualmente, há cidadãos russos detidos nos Estados Unidos e dezenas de americanos encarcerados na Rússia, enfrentando acusações que variam de espionagem a vandalismo.
Essas tensões persistem mesmo após a maior troca de prisioneiros entre as duas nações desde a Guerra Fria, realizada este ano.
Zajárova também acusou as autoridades americanas de "caçar" cidadãos russos, sem fornecer detalhes concretos.
Por sua vez, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Riabkov, afirmou à NBC News que a Rússia está disposta a considerar outra troca de prisioneiros, como a que envolveu o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, conforme apontou a Reuters.
Enquanto isso, o Kremlin apontou a administração de Joe Biden por aumentar deliberadamente as tensões antes da reeleição de Donald Trump.
"É evidente que a administração atual seguirá por este caminho e tentará deixar esse legado. Como e de que maneira, veremos juntos", declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Em meio ao conflito na Ucrânia, as tensões entre ambas as potências não refletem apenas choques diplomáticos e estratégicos, mas também o apoio massivo dos Estados Unidos e de seus aliados a Kyiv, com centenas de bilhões de dólares em armas e ajuda.
Moscou, em contraste, acusa o Ocidente de usar a Ucrânia como um peão em uma luta pelo poder para enfraquecer a Rússia.
Essa escalada de tensões marca um momento histórico nas relações bilaterais, agravado por uma guerra prolongada e um contexto internacional cada vez mais polarizado. Kyiv rejeita.
Perguntas frequentes sobre as recomendações de viagem do governo russo
Por que o governo russo recomenda não viajar para os Estados Unidos?
O governo russo recomendou a seus cidadãos que evitem viajar para os Estados Unidos devido à escalada de tensões entre os dois países. Segundo as autoridades russas, há o risco de perseguição por parte das autoridades americanas, em um contexto em que as relações diplomáticas estão em seu ponto mais crítico desde a crise dos mísseis de 1962.
Quais países adicionais estão incluídos no aviso de viagem da Rússia?
Além dos Estados Unidos, a Rússia estendeu seu aviso de viagem ao Canadá e a vários países da União Europeia. Estes são considerados "estados satélites aliados" dos Estados Unidos, e a recomendação visa proteger os cidadãos russos de possíveis incidentes diplomáticos ou legais durante suas visitas.
Qual é o contexto por trás do deterioramento das relações entre a Rússia e os Estados Unidos?
O deterioramento das relações entre a Rússia e os Estados Unidos está ligado a múltiplos fatores, incluindo acusações mútuas de detenções injustas, assédio a diplomatas e a prolongada guerra na Ucrânia. Os Estados Unidos e seus aliados têm oferecido um apoio maciço à Ucrânia, enquanto a Rússia acusa o Ocidente de utilizar a Ucrânia como um peão para enfraquecer Moscou.
O que a Rússia disse sobre possíveis trocas de prisioneiros com os Estados Unidos?
A Rússia manifestou sua disposição para considerar outro intercâmbio de prisioneiros com os Estados Unidos. O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguéi Riabkov, indicou que estão abertos a essa possibilidade, assim como ocorreu anteriormente com figuras como o jornalista Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan.
Arquivado em: