O cantautor cubano Raúl Torres reapareceu nas redes sociais com uma mensagem na qual urgiu o regime a “mudar tudo o que deve ser mudado”, ao mesmo tempo em que se descreveu como um cubano a mais que está “na rua lutando e cantando Cabalgando com Fidel”.
Sua recente publicação no Facebook, na qual também apresentou teorias sobre o algoritmo da referida plataforma, destacou sua fidelidade à chamada "revolução" com uma crítica velada ao governo da "continuidade".
“Agora nosso país atravessa um momento muito delicado (…) sejamos conscientes e [coloquemos] urgentemente nosso próprio ponto de inflexão agora, e de uma vez por todas mudemos tudo que deve ser mudado”, disse Torres em um post megalomaníaco e caótico.
De acordo com o autor da infeliz canção "Cabalgando com Fidel", “nosso povo precisa de uma ação profunda para salvar seu projeto, tem sede de participação, sede de iniciativas, sede de orientação, apesar de que os esforços do nosso governo não se mostram totalmente eficazes”.
A ineficácia do governo de Miguel Díaz-Canel deve-se, segundo Torres, “aos tempos adversos que estamos vivendo em todos os sentidos como país, como sociedade, como projeto revolucionário”.
O trovador reconheceu que cada vez mais artistas estão mudando de "bússola mental" porque as redes sociais "os bombardeiam com todo tipo de propaganda manipulada".
Nesse sentido, pediu aos seus colegas "um pouco de reflexão, pois sinto a sua irascibilidade à flor da pele, debatendo-se com sua própria consciência".
"É difícil ver como se afastam de você pessoas que foram seus amigos apenas porque mudaram a forma de ver a política; é irracional... Da minha parte, continuarei fazendo o que sei fazer de melhor, sem medos, mas sem trincheiras", disse.
Em meados de julho, a União de Escritores e Artistas de Cuba (UNEAC) convocou a reconstruir símbolos diante do avanço de "meios hegemônicos". Seria o discurso incoerente de Torres uma tentativa de reconstruir o símbolo do "cavalo"?
Dias depois, o trovador publicou em suas redes sociais um auto de fé e confessou que não tinha "estratégia de fuga". Segundo Torres, sua natureza grata o impedia de virar as costas ao "povo ao qual devo tudo o que sou".
"Sou revolucionário e fidelista", enfatizou o autor da canção "Pátria ou Morte pela Vida", considerada pelo buscador Google como a pior música de 2021.
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