Artista Daniel Ross sobre doações em Guantánamo: "Busco as coisas que as pessoas realmente precisam"

Desde suas redes sociais, o jovem cineasta Daniel Ross tem documentado as consequências do furacão Oscar em sua cidade natal, Guantánamo.


O cineasta guantanamero Daniel Ross, conhecido por sua sensibilidade ao contar histórias através do cinema, deixou temporariamente as ferramentas da sétima arte após a passagem do furacão Oscar no leste de Cuba, para levar alívio a vários afetados e compartilhar suas histórias nas redes sociais.

Apesar de sua juventude, já que ainda não chegou aos 40 anos, ele demonstrou uma sensibilidade extraordinária nestes dias, compartilhando em seu perfil no Facebook histórias que ressoaram em nível mundial.

Ross contou ao Martí Noticias que: “Estou disposto a ajudar, como muita gente aqui que está apoiando, a levar as doações. Muitas coisas que as pessoas me mandaram, estou entregando pessoalmente, é isso que quero fazer.”

Sobre sua capacidade de encontrar as pessoas mais vulneráveis ou com histórias pessoais comoventes, Ross afirmou: “O único método que tive foi ignorar a área comum e habitual das doações e ir bem fundo. Caminhando, posso fazer isso porque tenho tempo disponível para isso; não estou como os outros, também não tão ativo com um compromisso”.

“Quase sempre vou de mensageiro muito mais longe, tenho mais possibilidades também porque conheço o terreno e vou procurando as coisas que acredito que realmente precisam”, acrescentou.

Entre as inúmeras histórias que foram compartilhadas nos últimos dias, destaca-se a de uma senhora que se recusa a deixar sua casa, embora o piso esteja "no ar", praticamente sem fundação.

Facebook / Daniel Ross

“Ela ainda está lá, tentando na lama esperar por alguma melhoria, coitada, e eu também espero voltar para poder ajudá-la. Mas assim anda o povo, pessoas que, embora não estejam tão longe da cidade, ficam ali esperando”, explicou Ross.

“Não querem abrir mão do sacrifício de toda a sua vida. Para alguns, talvez não valha a pena, mas para eles sim, porque têm sua história de vida ali. É difícil, depois de tanto sacrifício, abrir mão dessas coisas. Para eles, imagina, é um pedaço de vida que está ali,” comentou Ross à Martí Noticias.

Esta história em questão é sobre Eglis, “uma senhora de Imias que se apega a não deixar o que lhe resta de casa e te fala como se esperasse que seu lar morresse após ter perdido tudo para então ir embora”, apontou o jovem cineasta em seu perfil no Facebook.

Ela também mencionou que a encontrou “entranhada no barro, tentando abrir sua gaveta sem fundo, buscando o que já estava no barro e inutilizável”.

Outra das histórias que Ross revelou em suas redes sociais é a de dar nome a dois dos jovens que ajudaram no resgate de moradores após as inundações provocadas pela passagem do furacão Oscar.

O cineasta mostrou ao mundo os rostos de Henry e Freidi, que emocionaram a todos ao protagonizar uma página de heroísmo.

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