Os EUA exportaram a Cuba quase 170 mil toneladas de frango entre janeiro e agosto de 2024.

Este número é “o equivalente aproximado de 6.800 contêineres”, diz destacado economista cubano.

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FrangoFoto © Facebook / Anay Marian

Entre janeiro e agosto de 2024, a cifra de exportação de frango dos Estados Unidos para Cuba alcançou, aproximadamente, 170 mil toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura da nação norte-americana analisados pelo economista Pedro Monreal.

Segundo Monreal, esse número é “o equivalente aproximado de 6.800 contêineres”, embora “os números em valor e toneladas sejam menores que os do mesmo período de 2023”.

A gráfica compartilhada por Monreal demonstra que em janeiro deste ano foi recebida a maior quantidade do produto até agora, enquanto em agosto “as toneladas exportadas cresceram 19,3%... e aumentaram 17,7% em valor”, o que reflete a chegada recorrente de frango dos Estados Unidos à ilha.

O economista lembra que “as exportações de carne de frango dos EUA são a principal oferta da fonte de proteína animal de maior consumo em Cuba e compensam a aguda crise agropecuária nacional da qual ainda não se observa a luz no fim do túnel”.

A particularidade dos dados expostos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos é que não discrimina o tipo de envios realizados para a ilha, portanto, seus números abrangem tanto as formas de gestão estatais como os negócios privados que contratam exportações de carne de frango para Cuba.

A comparação com o ano anterior indica que há uma diminuição nas contratações para enviar o produto demandado para a ilha, o que reflete “uma situação de insegurança alimentar em um contexto de crise agropecuária que o governo não é capaz de resolver”, conclui Monreal.

No mês passado de agosto, o próprio economista advertiu que embora o volume total tenha diminuído, o valor das exportações aumentou em 7%, o que indica um aumento nos preços.

A respeito, apontou que "o nível inferior das toneladas de carne de frango exportadas para Cuba no primeiro semestre de 2024 indica o caráter problemático da suposta oficial de que os tetos fixos de ganhos e preços em Cuba poderiam estabilizar preços baixos em condições de menor oferta".

No entanto, as estatísticas são ainda mais alarmantes quando se levam em conta outros aspectos. Um relatório do blog Economic Eye On Cuba (EEOC) citado pelo meio independente El Toque revelou que em agosto de 2024, Cuba destinou 46 vezes mais recursos à importação de veículos usados dos Estados Unidos do que à compra de alimentos.

Baseado em dados oficiais do Departamento de Comércio dos EUA e outras fontes governamentais, o relatório destaca que as Micro, Pequenas e Médias Empresas (Mipymes) cubanas adquiriram veículos usados no valor de 8,68 milhões de dólares.

No entanto, apesar da crise alimentar na ilha, as importações de alimentos — compradas tanto por privados quanto pelo governo — como peru, ovos, grão-de-bico, feijões, lentilhas e óleo de cártamo, somaram apenas 176.682 dólares.

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