Acreditávamos que já tínhamos visto tudo, mas a violência avança ainda mais em Cuba. Após o crime de Ceballos, que em agosto passado deixou quatro pessoas massacradas em um assalto, chega agora, apenas um mês e meio depois, um assassinato múltiplo no bairro de Cayo Hueso, em Centro Habana, também com um suposto roubo como móvel da tragédia.
O incidente teria ocorrido, segundo moradores da área, na madrugada de quinta-feira, 10, para sexta-feira, 11, deste mês de outubro, na região do Parque Trillo, em Centro Habana, embora os corpos não tenham sido encontrados até este sábado, 12 de outubro. No entanto, há outros testemunhos que afirmam que na quinta-feira, 10, já havia patrulhas da Polícia na área.
O crime teria resultado em três mortes violentas: a de um jovem, seu pai e sua avó. "O rapaz se chamava José Miguel, o homem se chamava Danilo e a senhora assassinada era a mãe de Danilo. Eles foram mortos na madrugada de quinta para sexta e foram encontrados no sábado", afirma um vizinho da área ao CiberCuba.
Outra vizinha situa o crime na rua San Martín, entre Espada e San Francisco, a uma quadra de sua casa. Ela também afirma que no crime perderam a vida três pessoas: uma mulher idosa e dois homens. Um terceiro vizinho consultado concorda em situar os fatos na semana passada, em uma residência próxima ao Parque Trillo e esta informação não desentona com a que fornece a vizinha, já que o Parque Trillo fica uma quadra mais abaixo, aos fundos de San Martín e Espada.
Dos ladrões
A dia de hoje não está claro o que realmente ocorreu nem onde ocorreu o crime, pois há várias versões. No entanto, todos concordam que foi um suposto roubo com múltiplos assassinatos no Centro Havana. De acordo com a vizinha consultada, duas pessoas, aparentemente irmãos, entraram para roubar na residência e degolaram aqueles que encontraram dentro.
"Quando a Polícia chegou, os corpos já estavam lá há um dia", aponta esta vizinha consultada por CiberCuba. Segundo ela explica, foi a filha da senhora assassinada, que vive no exterior, quem deu o alarme. "Ela ligava e ninguém atendia. Então ligou para um amigo para que fosse à casa ver o que estava acontecendo. Quando o amigo chegou, os vizinhos disseram que não os tinham visto há um dia e o deixaram entrar pela casa dele. Quando ele entrou, a primeira que encontrou foi a senhora; depois, o senhor que estava amarrado", comentou.
A tenor do testemunho desta vizinha, a Polícia já deteve os assassinos porque "um deles ligou para o outro a partir do celular do rapaz que mataram e foi por essa última chamada que a Polícia os localizou", afirma em declarações a este portal.
Mas esta não é a única versão dos fatos. O primeiro a revelar o crime foi um internauta que se faz chamar Almakki Díaz, que localiza o assassinato múltiplo na rua San José (renomeada como San Martín), entre Espada e San Francisco. Ele fornece uma foto de uma patrulha da Polícia supostamente estacionada no local do crime. As informações que afirma ter confirmadas apontam que foram assassinados um homem, junto com seu parceiro homossexual e sua mãe.
No entanto, nos comentários desse post, corrigem que não era a parceira do homem, mas sim o seu padrinho, aquele que o batizou. Além disso, pelo menos dois testemunhos distintos coincidem que um jovem que costumava viver na rua Ánimas foi assassinado e que naquela noite dormiu na casa de seu pai e sua avó, as outras duas vítimas.
Há mais comentários dando outras direções como San José (agora San Martín) e Hospital, mas todos concordam que o crime teria ocorrido em Centro Habana.
Em um post anterior deste mesmo usuário, um internauta diz conhecer a tia do jovem assassinado. "Conheci o garoto. A mãe e a tia moram em frente à minha casa, em Ánimas, entre Gervasio e Belascoaín, no Centro Havana, ao lado do Hospital Hermanos Ameijeiras. O acontecimento ocorreu pelo parque Trillo e a senhora assassinada era avó do garoto", apontou.
A perguntas de CiberCuba, esta pessoa diz que ficou sabendo do crime porque sua família que vive em Centro Habana lhe contou. A julgar pelos dados que ele possui, o crime teria ocorrido na área do Parque Trillo e ele até se atreve a sugerir que poderia ter sido em um dos prédios de doze andares de Cayo Hueso.
Outra internauta que trabalha por conta própria explica que conhecia um dos assassinados. "Ele e sua esposa eram meus grandes amigos. Ela não estava aqui em Havana e ele ficou na casa do pai e da avó. Naquela noite, entraram na casa e tentaram asfixiá-lo, mas parece que não conseguiram e os esfaquearam os três: a ele, ao pai e à avó. A avó foi colocada no frio e levaram tudo que havia dentro da casa", ressalta.
La Tijera repercutiu a publicação de Almakki Díaz e também neste perfil várias pessoas que residem em Centro Habana confirmaram o assassinato múltiplo. De qualquer forma, não há notícias claras sobre isso porque a imprensa oficial está centrada no povo palestino e não dedicou, até agora, nem uma linha para esclarecer as incógnitas de um suposto crime múltiplo que tem comoovido o povo cubano.
Na zona de Centro Habana, onde todas as testemunhas situam o assassinato múltiplo, há várias moradias dedicadas ao aluguel para turistas.
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