História de Cuba no Miss Universo: desde seus primórdios em 1927 até seu retorno em 2024

Com o retorno de Cuba ao Miss Universo em 2024, é um bom momento para revisar sua história no certame. Desde sua primeira participação em 1927 até sua interrupção após a Revolução Cubana, e os esforços do exílio com Miss Cuba Free, a ilha teve momentos marcantes nos concursos internacionais. Agora, com Marianela Ancheta, Cuba volta a brilhar no cenário mundial.


Cuba retorna ao concurso de beleza Miss Universo em 2024 após 57 anos. Desde os primeiros anos em que as candidatas cubanas deixaram sua marca na competição, até a interrupção de sua participação após a Revolução Cubana, e os esforços do exílio cubano para manter viva a representação nos palcos internacionais, a trajetória de Cuba no Miss Universo está repleta de momentos memoráveis e figuras destacadas.

Neste percurso, exploraremos os marcos, as pioneiras e os desafios que marcaram o caminho das rainhas cubanas em um dos concursos de beleza mais importantes do mundo.

O International Pageant of Pulchritude de 1927 foi um dos primeiros concursos internacionais de beleza, considerado um precursor dos certames modernos como Miss Universo e Miss Mundo. Este concurso foi realizado pela primeira vez em Galveston, Texas, e foi um dos eventos de beleza mais importantes de sua época. Atraiu participantes de diversos países, consolidando-se como o primeiro concurso verdadeiramente internacional de beleza.

Nele, as competidoras eram julgadas não apenas por sua aparência física, mas também por sua postura, graça e personalidade. A vencedora do concurso era coroada como "Miss Universe", título que naquele momento não estava associado ao concurso atual que conhecemos, mas que era exclusivo deste evento.

O certame continuou até a década de 1930, mas foi interrompido devido à Grande Depressão e outros fatores econômicos, deixando um legado importante na história dos concursos de beleza internacionais.

Angelina Anduiza 1927

Cuba participou do concurso durante três anos seguidos com Angelina Anduiza em 1927, Nila Garrido em 1928 e finalmente em 1929 com Elvira Moreno.

Nila Garrido 1928

Não se registra outra participação de Cuba neste tipo de concurso até o ano de 1952, quando se funda oficialmente o concurso Miss Universo como o conhecemos hoje. Nesta ocasião, a primeira candidata que representou a ilha foi Gladys López, vencedora da faixa Miss Cuba no concurso realizado no Teatro Blanquita, que hoje conhecemos como Karl Marx.

Gladys López

Em 1954, a representante foi Isis Margarita Finlay. Ela era bisneta do médico e epidemiologista cubano Carlos J Finlay. Teve quatro filhos e, ao longo dos 53 anos seguintes, viajou para 51 países. Morreu em Miami.

Isis Margarita Finlay

Gilda Marín Montero, a representante de 1955, não se classificou, mas ficou como terceira finalista no concurso Miss Mundo, que aconteceu em Londres e no qual Cuba participou pela primeira vez.

Gilda Marín Montero

Marcia Rodríguez Echevarría, em 1956, conseguiu entrar para a história do Miss Universo ao se posicionar entre as 15 semifinalistas. Marcia conseguiu, naquele mesmo ano, ser semifinalista no concurso de Miss Mundo.

Marcia Rodríguez Echevarría

Em 1957, María Rosa Gamio Fernández conseguiu a terceira colocação, sendo a melhor posição alcançada por uma representante cubana no concurso de Miss Universo.

María Rosa Gamio Fernández

Em 1958, nos representou com 21 anos Arminia Pérez e González, que era modelo de televisão.

Arminia Pérez y González

No ano de 1959, apresentou-se Irma Buesa Más, filha do famoso poeta de Cienfuegos José Ángel Buesa.

Irma Buesa Más

Em 1960, com a representação de Flora Laughten Hoyos, um ano após a chegada de Fidel ao poder, terminou a participação das cubanas da ilha no famoso concurso, depois que este o classificou como um “capricho superficial”. A esse respeito, ele disse que os esforços nacionais estariam concentrados em assuntos de maior envergadura. Posteriormente ao certame, Flora desenvolveu sua carreira como atriz e diretora de teatro.

Flora Laughten Hoyos

Depois de 1960, a mudança de poder na Ilha proibiu a organização de eventos como Miss Cuba e, naturalmente, a participação em suas versões internacionais. Isso deixou o país sem representação no certame mundial. No entanto, de Miami foi criado o Miss Cuba Free, um concurso no qual participavam cubanas residentes na cidade do sol, que posteriormente competiam no Miss Universo. Este evento era patrocinado pela comunidade do exílio político, e as participantes representavam os milhares de cubanos que haviam ido para o exílio durante aqueles anos.

Somente seis cubanas participaram do Miss Universo sob o título de Miss Cuba Livre entre 1961 e 1967: Martha García Vieta (1961), Aurora Prieto García (1962), Alicia Margit Chía (1963), Alina De Varona Rodríguez (1965), Lesbia Murrieta Martí (1966) e Elina Salavarría De Mora, que foi, em 1967, a última representante de Miss Free Cuba no certame Miss Universo.

Elina Salavarría De Mora

Merece uma menção à parte a famosa atriz e cantora cubana María Conchita Alonso, natural de Cienfuegos e ex-rainha de beleza, que representou a Venezuela em 1975, terminando como sétima finalista no concurso Miss Mundo que ocorreu em Londres. Na mesma competição, a cubana Maricela Maxie Clark conquistou o prêmio de terceira finalista representando Cuba. Assim, duas cubanas participavam do mesmo certame, representando países diferentes.

Cinco décadas depois, os cubanos finalmente poderemos desfrutar da participação de Marianela Ancheta, que representará com orgulho Cuba na 73.ª edição do Miss Universo, que será realizada na Cidade do México em 16 de novembro de 2024. Será uma oportunidade emocionante para ver novamente a ilha brilhar no cenário internacional.

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