Acusado de aparente intento de assassinato contra Trump deixou nota indicando suas intenções.

O novo dado apareceu durante uma audiência nesta segunda-feira, na qual o Departamento de Justiça argumentou que Routh deveria permanecer encarcerado enquanto avança a investigação.

Ryan Wesley Routh y Donald Trump © Collage/Redes Sociales
Ryan Wesley Routh e Donald TrumpFoto © Collage/Redes Sociais

Ryan Wesley Routh, de 58 anos, e acusado de uma tentativa de assassinato em um campo de golfe na Flórida contra o ex-presidente Donald Trump, atual candidato republicano à Casa Branca, teria escrito uma nota na qual deixava evidência de suas intenções e detalhava o plano.

O novo dado apareceu durante uma audiência nesta segunda-feira, na qual o Departamento de Justiça argumentou que Routh deveria permanecer encarcerado enquanto a investigação avança. O "peso da evidência contra o acusado é forte", disse na sessão o magistrado americano Ryon McCabe.

A nota foi depositada em uma caixa que havia sido deixada meses atrás na casa de uma pessoa não identificada, que não a abriu até depois da prisão ocorrida no último domingo. Além da nota, a caixa continha munições, um tubo de metal, materiais de construção, ferramentas, telefones e várias cartas.

Dirigida a "Querido mundo", a nota previa que a ação seria infrutífera. “Este foi um tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas falhei. Fiz o melhor que pude e dei toda a coragem que pude reunir”, expressava a nota, segundo os promotores.

Outra parte do texto também dizia: “Ele [Trump] terminou as relações com o Irã como uma criança e agora o Oriente Médio está desmoronando”.

O Departamento de Justiça citou outras provas, entre as quais estavam os registros de telefones celulares, que indicam que Routh viajou para West Palm Beach a partir de Greensboro em meados de agosto, e que esteve perto do campo de golfe de Trump e da residência do ex-presidente em Mar-a-Lago durante "vários dias e horas" entre 18 de agosto e o dia da aparente tentativa de assassinato.

O homem foi detido no domingo, 15 de setembro, quando um agente do Serviço Secreto que estava inspecionando o Trump International Golf Club em busca de possíveis ameaças à segurança viu o rosto de um homem parcialmente coberto e o cano de um rifle semiautomático apontando diretamente para ele.

O agente disparou contra Routh, mas ele conseguiu fugir. No entanto, foi detido na Interestatal 95, graças a depoimentos de uma testemunha que o viu. As autoridades o acusam de posse de uma arma de fogo por parte de um condenado e, além disso, com um número de série raspado.

Até a tarde de domingo, quando esteve na linha de árvores do campo de golfe das 1h59 às 14h31, para aumentar sua lista de delitos, Routh tinha um extenso histórico de antecedentes criminais.

Em 2002, de acordo com registros judiciais consultados por diversos meios, foi condenado pela posse de uma metralhadora automática. Além disso, os documentos revelam outras condenações por portar uma arma oculta, posse de bens roubados e um incidente de atropelamento e fuga.

O registro do seu automóvel resultou na polícia encontrando seis telefones celulares, incluindo um que mostrava uma busca no Google sobre como viajar do condado de Palm Beach para o México.

Também foi encontrada uma lista com datas de agosto, setembro e outubro, junto com lugares onde Trump havia aparecido ou tinha programado comparecer, segundo informaram os promotores. Além disso, em um caderno encontrado em seu carro, foram encontradas críticas direcionadas aos governos russo e chinês, assim como anotações sobre como se unir à guerra em apoio à Ucrânia.

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