O regime cubano voltou a manifestar sua “admiração” pelos emigrantes e insistiu que eles são “esperados” de volta na Ilha e que seus investimentos serão bem-vindos desde que sejam feitos respeitando “a soberania e a unidade, e pelo bem comum de nosso povo”.
Assim manifestaram vozes da chancelaria cubana que presidiram neste sábado em Nova Iorque o V Encontro Nacional de Cubanos Residentes nos Estados Unidos, um evento que pretende aglutinar os emigrados cubanos que não manifestam rejeição à ditadura e se mostram partidários do regime totalitário que impera em Cuba por meio da violência e da manipulação, assim como do “levantamento do bloqueio”.
Na reunião dos emigrados com altos funcionários do regime, falou-se sobre “a atualização da política migratória e aspectos essenciais das leis de Imigração, estrangeirismo e cidadania”.
Mas também se tratou "da importância do trabalho de associações e cubanos residentes nos Estados Unidos por seus projetos humanitários, e sua ação pública em apoio à eliminação do bloqueio e à retirada definitiva de Cuba da Lista de Países Patrocinadores do Terrorismo”.
Segundo um tweet do consulado de Cuba nos Estados Unidos, o evento serviu para deixar patente “o compromisso reiterado de uma relação cada vez mais estreita de Cuba com todos os cubanos residentes no exterior, com base no respeito, na soberania e na unidade, para o bem comum do nosso povo”.
“Estreitar os laços com os compatriotas residentes em outros países é uma prioridade para nossa nação”, afirmou em outra publicação do X o consulado cubano, reconhecendo a necessidade que o regime tem dos dólares de seus emigrados e ocultando seu ódio e medo em relação ao exílio que clama por uma mudança que devolva direitos e liberdades aos cubanos.
Entre os presentes no encontro, o ministro das Relações Exteriores (MINREX), Bruno Rodríguez Parrilla, expressou sua satisfação por “reencontrar compatriotas comprometidos com o bem-estar e os objetivos do povo de Cuba”.
“Estou convencido de que os debates contribuirão para fortalecer as relações de Cuba com seus residentes no exterior”, disse o chanceler com a mesma convicção que o regime tem na “participação popular” nas assembleias de prestação de contas como forma de “fortalecer o sistema democrático cubano”.
Na clausura da jornada, a vice-ministra do MINREX, Ana Teresita González, lembrou as palavras expressas pelo governante Miguel Díaz-Canel durante a sessão constitutiva da décima legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular.
"Não podemos ser parte da politização da emigração cubana com a qual trafica o inimigo. Devemos defender uma relação com os emigrados cubanos que os deixe claro que admiramos seus triunfos e que sua pátria os respeita, os vê com orgulho e os espera de volta, aspirando simplesmente a que respeitem e defendam a terra que os viu nascer e os formou com amor."
Uma citação de Díaz-Canel, outra de Martí, um viva a “Cuba livre e soberana” e um “abaixo o bloqueio” encerraram um evento que evidencia o lobby do regime cubano com sua emigração, a condicionalidade política que lhe impõe para manter relações, assim como o terror que lhes provoca reconhecer a diversidade e o poder de milhões de cubanos que escaparam de suas garras e conheceram a chama da liberdade.
A finais de setembro de 2023, durante sua estadia em Nova York para participar do 78º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas, Díaz-Canel convidou os cubano-americanos a investir no desenvolvimento econômico de Cuba e assegurou que todos os que quisessem contribuir com o país "seriam bem-vindos".
"Saibam que nós, que estamos em Cuba, resistindo, criando e construindo, contamos com vocês", expressou Díaz-Canel. "Todos os que quiserem construir serão bem-vindos. Cumpramos juntos e unidos o anseio martiano de uma República com todos e para o bem de todos", insistiu o governante que, como disse André Bretón sobre seu colega Salvador Dalí, ostenta o sobrenome de "Avida Dollars".
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