Residentes na província cubana de Las Tunas denunciaram a profanação de túmulos no cemitério Vicente García, onde vários panteões foram violados e os restos dos falecidos estão espalhados pelo chão.
Uma mulher identificada como Daysi Aguilera Santiesteban, de 69 anos, contou ao local Periódico 26 que tentou exumar os restos de seu irmão (combatente da guerra de Angola), de seu pai (destacado na Luta Contra Bandidos) e de seu outro irmão falecido (também soldado internacionalista), e encontrou um cenário aterrador.
O panteão havia sido violado e os restos de seus entes queridos jaziam jogados no chão. Além disso, as três caixinhas mortuárias que continham seus esqueletos haviam sido roubadas.
A mulher relata que então começou um longo peregrinar pelas instituições locais: a Polícia, a Promotoria, o Governo Municipal, onde se deparou com falta de sensibilidade e o mau trato dos servidores públicos, que não ouviram suas denúncias.
Jorge Gordales Reyes, administrador do cemitério, reconheceu a falta de segurança no local, especialmente após as 17:00.
“Estamos em um bairro complexo, e embora tenhamos limpado e organizado, os problemas persistem”, afirmou. Além disso, sublinhou que trabalham em condições muito difíceis, são mal remunerados e não têm recursos.
Misleydis Fernández Jiménez, secretária do núcleo do Partido e trabalhadora do cemitério há 21 anos, corroborou as difíceis condições em que operam.
“Ninguém quer se esforçar por um salário tão baixo em meio a tantas carências”, disse. Além disso, explicou que a área onde se encontra o cemitério tem alta taxa de criminalidade, vive entre apagões, e dezenas de famílias estão em extrema pobreza.
A situação no cemitério provincial Vicente García não é exclusiva de Las Tunas, denúncias recentes no Facebook indicam que outros recintos têm problemas semelhantes.
Há dois meses, foi divulgado que Las Tunas é a única província cubana que não possui um crematório, obrigando os residentes a se deslocarem para outras cidades para utilizar este serviço.
O oficialista Periódico 26 informou que, se os familiares dos falecidos desejarem usar este serviço, devem realizar as incinerações em Camagüey, Santiago de Cuba ou outras províncias, tramitação que deve ser feita primeiro por meio da Empresa de Comunales, o que implica que o burocratismo se soma à dor do momento.
Também no ano passado surgiram denúncias de roubos e profanações de tumbas no cemitério da cidade.
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