O ex-oficial cubano Orestes Lorenzo Pérez (Major), antigo piloto das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) que chegou a Miami após se roubar um avião do regime, ofereceu declarações sobre a presença nos Estados Unidos do ex-piloto Luis Raúl González-Pardo Rodríguez (Tenente Coronel), envolvido na derrubada de dois aviões de Hermanos al Rescate.
Em entrevista com Juan Manuel Cao, Lorenzo disse que conhece González - Pardo desde que estudaram aviação na antiga URSS, na década de 1970.
" Sua primeira visita a Miami foi em 2017. Eu intercedi junto à Embaixada dos Estados Unidos em Havana para que lhe dessem o visto, porque ele queria uma reunião com os pilotos do nosso grupo inicial. A reunião aconteceria em minha casa", disse Lorenzo.
"É absolutamente certo que ele participou na derrubada dos aviões de Hermanos al Rescate. Não há a menor dúvida. Ele era o piloto com o indicativo 22 e foi quem perseguiu José Basulto", disse Lorenzo, que confirmou que sabia desses dados desde 2017.
Luis Raúl González-Pardo Rodríguez e Orestes Lorenzo Pérez se reencontraram nos Estados Unidos em 2019 e, segundo o segundo, desde então não mantiveram mais contatos.
González-Pardo supostamente esteve em visita oficial nos EUA.
Esta semana, o jornalista Mario J. Pentón mostrou o fragmento de um documento interno do Departamento de Estado onde pediam para antecipar a entrevista consular do piloto militar Luis Raúl González-Pardo Rodríguez, para conseguir um segundo visto de turismo para os EUA, onde depois conseguiu se estabelecer com um Parole Humanitário.
"González-Pardo Rodríguez era um homem chave para os Estados Unidos devido à sua posição como chefe da Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Havana (a destinada à comunidade cubana no exterior)", alertou Pentón.
Lorenzo disse que, caso isso seja verdade, a informação serviria para tomar uma decisão sobre se González-Pardo é, ou não, um agente da Segurança do Estado cubano.
Por que Lorenzo convidou González-Pardo para os Estados Unidos?
"Quisiera invitar a todo militar cubano a Estados Unidos para enseñarle lo que es este país, lo que es un estado de derechos, lo que es la libertad y tratar de que regresen a Cuba con ese bagaje de experiencias para que las transmitan a sus familiares e compañeros, porque é a única maneira de que podamos aspirar a ter um novo país", disse Lorenzo.
"Em Cuba é preciso fazer justiça pelo crime do assassinato dos pilotos das avionetas de Hermanos al Rescate, mas essa justiça não virá até que o regime esteja fora do poder. Sabemos que não sairá se não for pela força e o povo, embora saia às ruas, não tem armas. O futuro de Cuba dependerá da participação das Forças Armadas. Tenho a esperança de que se posicionem a favor do povo quando o momento chegar. Esse é meu propósito", comentou.
Lorenzo pediu que o governo dos Estados Unidos apresente uma animação, segundo a segundo, do que ocorreu na derrubada das aeronaves dos Hermanos al Rescate.
Asegurou que as gravações de voz existem, estão nas mãos de ambos os governos, mas apenas com uma análise detalhada será possível confirmar se González-Pardo mentiu para não matar Basulto, ou se não o fez porque não recebeu a ordem.
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