O Ministro de Energia e Minas de Cuba, Vicente de la O Levy, se pronunciou nesta quarta-feira sobre a crítica situação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), afetado por apagões constantes, assegurando que o combustível que poderia aliviar a crise “está em portos cubanos”, mas sem ser descarregado.
O jornalista oficialista Lázaro Manuel Alonso compartilhou no Facebook as declarações feitas pelo titular da pasta, ironicamente durante a inauguração da Terceira Feira Internacional de Energias Renováveis.
Vicente de la O Levy afirmou que o combustível “está em portos cubanos sobre os barcos” e que em breve haverá uma solução para sua descarga, tudo isso enquanto a população continua suportando apagões diários e um déficit de geração que superou nesta terça-feira os 1.300 MW.
O ministro salientou que, em um “sacrifício financeiro do país”, está planejada a descarga do combustível entre esta quarta e quinta-feira, apresentando como um grande feito o fato de que “são pagos semanalmente montantes elevados de dinheiro”.
Apesar das “boas notícias”, o almejado alívio ainda demorará a chegar, pois o responsável pela área esclareceu que, “após a descarga, iniciará o processo de transferência até os geradores e postos de serviço”.
Além disso, Vicente de la O Levy tentou justificar a crise alegando que “em Cuba se consomem diariamente 3.000 toneladas de hidrocarbonetos. Um navio de 20 mil toneladas é suficiente para uma semana. Precisamos de dois ou três navios durante sete dias para abastecer diesel, gasolina, gás liquefeito, óleo combustível e combustível turbo”, algo que, segundo ele, é impossível devido ao fato de que a economia cubana está “restringida”, eliminando qualquer espaço para a esperança de uma melhora.
Além da escassez de combustíveis, o agravamento da atual crise do SEN está marcado pela saída de operação de várias unidades geradoras devido a avarias.
Segundo o Ministério de Energia, a termoelétrica Mariel 8, em Artemisa, deve reintegrar-se nesta quinta-feira, enquanto a unidade Diez de Octubre 5, em Camagüey, pode estar pronta em quatro ou cinco dias após o reparo de vazamentos em sua caldeira.
No entanto, a termoelétrica Céspedes 4, em Cienfuegos, não conseguiu se reintegrar nesta terça-feira, e La Habana 1, em Mayabeque, espera voltar a funcionar na sexta-feira após um reparo em seus tubos.
A crise energética se aprofunda em Cuba, onde os apagões duram cada dia mais horas em todas as províncias.
Este miércoles às 7:00 da manhã, a disponibilidade do Sistema Electroenergético Nacional (SEN) era de 1830 MW e a demanda de 2790 MW, com 959 MW afetados. Para o meio-dia, estimava-se uma afetação maior, de 1150 MW.
Nas horas de pico, o déficit será de 1320 MW, com uma afetacão de 1390 MW.
Estão avariados seis blocos das CTE Mariel, Santa Cruz, Nuevitas, Felton e Rente.
Além disso, 59 centrais de geração distribuída estão fora de serviço por falta de combustível (582 MW afetados) e as limitações na geração térmica são de 424 MW.
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