Lis Cuesta, esposa do mandatário cubano Miguel Díaz-Canel, voltou a ver a palha no olho alheio, ignorando a viga no próprio. Nesta terça-feira, a mulher do ditador se mostrou comovida pelo conflito no Oriente Médio e escreveu na rede social X (antes Twitter) um comentário acompanhado de um vídeo que mostra os efeitos da guerra com que Israel respondeu ao ataque dos terroristas do Hamás: "Uma geração está sendo destruída em Gaza; não há escolas", apontou a primeira-dama, sem fazer alusão ao fato de que muitos centros escolares em Cuba começaram o ano letivo sem receber manutenção. Entre eles, a escola primária Holvein Quesada, do bairro Santa Amalia, no município Arroyo Naranjo, em Havana, que sofreu um desabamento parcial.
As reações ao comentário da mulher de Díaz-Canel não se fizeram esperar. Uma das respostas mais contundentes foi dada por um internauta que diz se chamar Julio Suárez: "Quantas gerações vocês destruíram sem bombas, à força e repressão; sem liberdade para escolher quem governa. Estão quase um século acabando com um país. Por isso a pobreza tão grande, porque tudo querem para vocês".
Na mesma linha, disparou o perfil de La Mulata: "Assim está Cuba, mas sem pessoas recolhendo entulhos. Destruem o país, famílias, esperanças e sonhos. Não olhem a palha no olho do outro. Não culpem mais os Estados Unidos, que o 'bloqueio' são restrições porque vocês não pagam os impostos e querem tudo de graça."
O usuário Charly foi contundente em sua resposta à esposa de Díaz-Canel: "Mais de três gerações vocês, os ditadores, destruíram, vendo como Cuba está se desmoronando sem deixar que toquem o que está caindo. Além dos milhões que morrem de fome e de separação."
O internauta Jícama economizou palavras e ilustrou uma frase ("Cuba está sendo destruída") com fotos de desabamentos na Ilha. Por sua vez, Chiny9901 respondeu: "Em Cuba também não há escolas, nem livros, nem professores e não te vejo denunciando nem exigindo que seu marido faça algo a respeito e pare com isso, pois estão deixando nosso país na absoluta miséria. Para mim, não importa Gaza. Para mim, importa Cuba. Deixem de olhar para o outro lado, hipócritas."
Depois desse resumo em que, em essência, os cubanos lamentaram que a primeira-dama não admita, como aponta o internauta Javier SB, que "Cuba está pior que Gaza".
Segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OCDH), 89% da população cubana vive em situação de pobreza. Sete em cada dez cubanos deixaram de tomar café da manhã, almoçar ou jantar, devido à falta de dinheiro ou à escassez de alimentos, mas isso não é denunciado por Lis Cuesta.
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