As notícias sobre o parole humanitário, programa que permite uma imigração regular para os Estados Unidos, continuam sendo contraditórias. Agora, vários cubanos denunciaram do Brasil a impossibilidade de viajar para a nação do norte porque as companhias aéreas impedem que eles embarquem nos voos.
"No nos deixam viajar com esse documento no Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. Nas nossas contas do USCIS, as permissões [de viagem] permanecem ativas, mas o que nos dizem é que o programa está parado", disse Yailin Herrero à Martí Notícias.
Ela e seu esposo, Dennis Cabrera, têm a autorização de viagem aprovada desde o dia 25 de junho passado. No entanto, contaram que ao fornecer a documentação a uma funcionária da companhia aérea Latam, com a qual compraram as passagens, disseram que não podiam embarcar, após encaminhar as informações para o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, em inglês).
"Perguntamos na Delta e na American Airlines e nos dizem a mesma coisa", apontou Herrero.
Como eles, existem outros cubanos no limbo da espera após a pausa imposta ao programa de parol humanitário da administração de Joe Biden, devido a fraudes cometidas na apresentação das informações.
O mencionado meio de comunicação cita a história de Mayley González, outra cubana que tentou sair pelo mesmo aeroporto brasileiro junto de seu esposo, Armando Elías.
"Isso é triste, os cubanos que estamos esperando em outros países conseguimos com muito esforço e sacrifício. Estamos longe de nossos familiares, que na sua maioria vivem nos Estados Unidos. Está em jogo nosso futuro", comentou.
Sua viagem estava marcada com a companhia aérea American Airlines, mas eles se depararam com a negativa na hora de embarcar.
"Eles tiram uma foto do passaporte e das permissões e enviam para algum lugar, supostamente para a imigração dos Estados Unidos, e depois vêm e nos dizem que não podemos embarcar", relatam.
Adicionam que perderam tempo e recursos porque "o aeroporto de São Paulo está a mais de 14 horas de onde estamos ficando. Já não sabemos o que fazer".
Na semana passada, uma reportagem da rede Telemundo confirmou no terminal do Aeroporto Internacional de Miami que muitos cubanos conseguiram entrar no país com seus permissos de viagem ativos.
O Departamento de Segurança Nacional confirmou que alguns vistos de viagem foram revogados como parte da sua revisão do programa e da detecção de fraudes em milhares de solicitações; mas os casos continuam sendo processados.
As autoridades americanas disseram que estão trabalhando com as partes interessadas, incluindo companhias aéreas e patrocinadores, para resolver o mais rápido possível os problemas que surgiram, e que continuarão fornecendo atualizações.
Em seu momento, a American Airlines declarou que "continua cumprindo com o Programa de Autorização Antecipada de Viagens da Administração, apoiando os clientes que entram nos Estados Unidos como parte deste programa".
No dia 2 de agosto, o governo dos EUA congelou temporariamente os permissos de viagem para beneficiários do programa de parole humanitário, após um relatório interno que revelava níveis significativos de fraude, segundo informou a Fox News citando um porta-voz do Departamento de Segurança Nacional (DHS).
A fonte governamental indicou que "por precaução" suspenderam a emissão de autorizações de viagem antecipadas para o programa desde meados de julho, enquanto procedem à revisão detalhada dos pedidos dos patrocinadores, que é onde está o foco de fraude.
Algumas das razões para a suspensão temporária foram divulgadas em um relatório interno da Direção de Detecção de Fraude e Segurança Nacional do Serviço de Cidadania e Imigração desse país.
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