Chamava-se Usiel Quesada Florat, tinha 23 anos, vivia no bairro Salomé, em Camagüey, e morreu na madrugada desta sexta-feira após receber uma facada nas costas. Neste momento, desconhece-se se o agressor foi detido. O jornal oficialista Adelante não publica a notícia.
Usielito Quesada estava com um amigo compartilhando em um local conhecido como Carpa de Jayamá, em frente ao Hotel Camagüey, quando foi agredido com uma faca pelas costas, afirma La Hora de Cuba, que acrescenta que o assassino reside no bairro San Antonio, também em Camagüey.
O jovem agredido, que segundo sua namorada não estava armado, perdeu a vida no mesmo dia de seu aniversário com sua parceira Thalía Cárdenas, que completamente devastada reclama que o deixaram sozinho. "Onde estavam os que diziam ser seus amigos? Onde estavam os que saíram com ele, que deixaram meu branquinho sozinho e o mataram?", pergunta-se desesperada.
"Usi, esta publicação deveria ser para te parabenizar pelo nosso aniversário e não pela sua despedida. Que presente de aniversário", criticou a namorada em um post no Facebook onde afirma que destruíram a vida dela porque ele havia prometido filhos e ela só queria tê-los com ele.
Uma vizinha do falecido, Carmen Casas Fernández, afirma no Facebook que viu Usielito Quesada na noite desta quinta-feira quando ele ia de moto e pediu para que ele não saísse, que a rua está muito ruim em Cuba.
"Na mesma noite, ele parou para conversar comigo um momento no motor e eu disse: 'Por que você vai sair a esta hora, meu filho, a rua está muito perigosa; esse motor incita os criminosos da rua a te assaltarem e te levarem, mas ele me disse, fica tranquila, velhinha, eu já volto, vou ali na frente conversar um pouquinho com os meninos'. Quando soube, quase tive um colapso, pois nós o amávamos muito. Era um filho a mais para mim e ficar com a preocupação de que ele ia para a rua e descobrir ao amanhecer... Eu não acreditava, pois foi uma despedida o que aconteceu entre nós dois na noite passada", escreveu.
Outra pessoa, que se identifica no Facebook como Sandra Marrero, lamenta a morte do único filho que restava para a mãe de Usielito Quesada (Zoraida Florat).
"Ai, meu Deus, por que a vida é tão injusta. Como Usielito, uma criança respeitosa, sociável, que vimos crescer no bairro, não merecia isso. Foi uma covardia. Uma criança desarmada, indefesa. Exigimos justiça. (...) Esse assassino não merece viver. Malnascido, você acabou com o único filhinho que restava a Zoraida, mas era uma criança de bom coração, incondicional. Não há palavras suficientes para expressar tanta dor. QEPD, anjinho lindo."
A morte do jovem camagüeyano ocorre um dia depois que outro jovem, de 20 anos, foi encontrado morto em uma cabine de uma prisão de Guantánamo, onde estava prestando o serviço militar. As autoridades investigam se se tratou de um suicídio ou de um assassinato. O jovem não estava deprimido e tinha planos para esta sexta-feira. Embora tivesse uma AKM nas mãos, se enforcou com seu cinto, um absurdo que faz com que o entorno do falecido não acredite na versão oficial.
Cuba passou a ser um país inseguro onde a única forma de a Polícia aparecer é colocando um cartaz contra a ditadura. Os atos violentos ocorrem diariamente e, ao contrário de outras épocas, agora o regime não pode silenciar as famílias que choram a perda de um ente querido, porque elas estão se tornando cada vez mais e já não ficam em silêncio.
Esta semana, um jovem de 28 anos, identificado como Raciel Palacios e residente no Reparto Altamira, em Santiago de Cuba, foi esfaqueado na noite de terça-feira perto de uma parada de ônibus nessa localidade. A vítima, pai de uma menina pequena, foi levado de urgência para o Hospital Militar Joaquín Castillo Duany com ferimentos graves.
Também no que vai do mês, outro homem de 36 anos, identificado como Roberto Castilla Oñate, foi assassinado em uma festa de rua no Reparto Chicharrones, em Santiago de Cuba. Neste caso, o motivo da agressão parece estar relacionado com uma ex-parceira.
Pelo menos 18 pessoas morreram em Cuba durante o mês de julho devido à crescente onda de violência que afeta a Ilha, segundo os números geridos pelo Observatório Cubano de Conflitos (OCC).
Uma das mortes mais assustadoras de julho foi a de um vigilante de 51 anos, assassinado no bairro Bahía, em Havana do Este. Ele trabalhava em uma loja em dólares, chamada El Rocío. Ao que parece, entraram para roubar e ele estava vigiando o local. O corpo foi encontrado, junto a um facão, em um lixão.
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