Régimen cubano adoctrina crianças em Museu dedicado a Fidel Castro

“Fidel por Cuba fez muitas coisas, mas o mais importante foi salvá-la”, concluiu uma pequena que não estudou História de Cuba, mas que já conhece o discurso que o regime quer incrustar em seu cérebro.


Cercana a data do nascimento do ditador Fidel Castro, o regime cubano considerou apropriado continuar doutrinando crianças no conhecimento e amor pela figura do líder da chamada “revolução cubana”.

Para isso, a "continuidade" herdeira do poder totalitário forjado por aquele voltou a abrir as portas do Centro Fidel Castro Ruz a crianças pequenas que participaram de um workshop de museografia centrado no legado do ditador.

Este jueves, dezenas de crianças habaneras interpretaram o papel de guias do Museu aos visitantes (a maioria, pais dos menores). “Bom dia. Eu sou Vanesa, sua museóloga no dia de hoje. Esta é a sala a palavra. Por aqui vocês podem ver fotos do nosso comandante que têm várias palavras”, disse uma menina de apenas dez anos.

“Por aqui podemos ver fotos de Fidel com jornalistas e revistas de Fidel”, explicou outro que mal se destacava da altura da vitrine que mostrava aos visitantes. “Por aqui observamos o yipi GAZ 69, utilizado por Fidel”, disse uma menina hierática que, junto a outras duas, mostrou aos visitantes o veículo em questão.

Segundo o relatório do Noticiero Nacional da Televisão Cubana, o workshop de verão de museologia está sendo oferecido a 39 crianças de 6 a 14 anos, e vem sendo realizado desde o dia 8 de julho para "aprofundar-se na vida dos museus e, em particular, nos valores, obra e história do líder histórico da revolução cubana".

“Se nota no agradecimento do público, em seus aplausos, mas também até mesmo no carinho que eles dão [às crianças] quando saem das salas, por poder nutrir-lhes da impressão do comandante, do que aprenderam no workshop. São crianças muito pequenas, algumas nem sequer tiveram história de Cuba no sistema educacional cubano e, ainda assim, expressam com palavras muito do coração, do fundo de seu pensamento, como sentem Fidel”, disse Elianet Espinosa Chávez, especialista de museologia do centro Fidel Castro.

Além do adoctrinamento, as crianças também recebem outros workshops de artesanato graças à colaboração internacional da ONGD catalã Alkaria, explicou seu presidente Xavier Barreda Cortiella. A organização está vinculada à Coordenadora Catalana de Solidariedade 'Defensem Cuba'.

Acorde à imprensa oficialista cubana, “essas propostas atraentes fazem com que a instituição se torne um ponto de encontro da comunidade e permitem aproximar as novas gerações da figura de Fidel Castro”.

“Bueno, eu estou vindo há cerca de um mês. Eles me trouxeram porque eu gostaria de ser museóloga quando crescer e quero aprender mais sobre a história e o que fez Fidel”, disse outra menina entrevistada para a televisão.

“Ele foi um homem muito corajoso, solidário, que lutou pela liberdade de Cuba”, resumiu outra. “Fidel por Cuba fez muitas coisas, mas o mais importante foi salvá-la”, concluiu uma pequena que não estudou História de Cuba, mas que já sabe o discurso que o regime quer incrustar em seu cérebro.

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