Elsa Carrera é uma mãe e avó cubana que nesta segunda-feira conseguiu concretizar sua viagem para os EUA como beneficiária do parole humanitário, uma viagem que não esteve isenta de contratempos, pois a companhia aérea Delta, a princípio, negou a ela e a outros passageiros o embarque, sob o argumento da suspensão de permissões de viagem anunciada pelo Departamento de Estado norte-americano.
Desde a Terminal 3 do Aeroporto de Havana, Carrera explicou ao jornalista Mario J. Pentón a angústia que estava enfrentando após a proibição de viagem.
No entanto, finalmente Elsa conseguiu viajar, e o comunicador entrevistou nesta segunda-feira a cubana pouco depois de sua chegada ao Aeroporto de Miami, onde ela e sua filha Leidys apareceram muito emocionadas e agradecidas ao jornalista pela visibilidade que deu ao caso.
Elsa Carrera mostrou-se muito satisfeita, além disso, com a possibilidade de começar uma nova vida ao lado de sua filha e de sua neta de cinco meses em território americano.
No obstante, a felicidade nunca é completa e lamentou que seu esposo tenha tido que ficar de momento em Cuba, pois seu visto não chegou a tempo, apesar de que ambos estavam aprovados desde junho.
Após mais de 48 horas de incerteza e preocupação, nesta segunda-feira, um grupo de cubanos que tinha permissão de viagem válida para chegar aos EUA por meio de parole humanitário conseguiu embarcar em seus voos.
No entanto, a recomendação aos interessados é que verifiquem se a autorização não foi revogada, pois algumas permissões que já haviam sido concedidas agora foram anuladas como parte da revisão que funcionários do Departamento de Estado estariam realizando após um relatório que revelou uma fraude maciça em formulários de solicitação por parte de alguns patrocinadores.
As autoridades acrescentaram, além disso, que estavam trabalhando com as partes interessadas, incluindo companhias aéreas e patrocinadores, para resolver o mais rápido possível os problemas que surgiram.
A clarificação surgiu depois que beneficiários do programa que tinham voos reservados na American Airlines, Southwest e outras companhias aéreas ficaram presos no dia 3 de agosto em aeroportos cubanos, quando as companhias aéreas não permitiram que embarcassem em seus voos.
Suspensão temporária dos permissões de viagem para beneficiários do parole humanitário
No dia 2 de agosto, o governo dos EUA congelou temporariamente os permissos de viagem para beneficiários do programa de parole humanitário, após um relatório interno que revelava níveis significativos de fraude, conforme informou a Fox News citando um porta-voz do Departamento de Segurança Nacional (DHS).
A fonte governamental indicou que “por precaução” suspenderam a emissão de autorizações de viagem antecipadas para o programa desde meados de julho, enquanto procedem a revisar de forma pormenorizada as solicitações dos patrocinadores, que é onde está o foco de fraude.
O CBP deixou de emitir autorizações de viagem para venezuelanos em 6 de julho e para cubanos, nicaraguenses e haitianos desde 18 de julho.
Algumas das razões pelas quais o governo dos Estados Unidos decidiu paralisar temporariamente a concessão de permissões foram reveladas em um relatório interno da Direção de Detecção de Fraude e Segurança Nacional do Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) desse país.
As autoridades indicaram que reiniciarão o processamento o mais rápido possível “com as salvaguardas adequadas”, embora não tenham dado uma data provável para o retorno da concessão dos permissos de viagem.
Até o final de junho, 106.757 cubanos haviam se beneficiado do programa, e cerca de 104.130 já haviam viajado para o território dos Estados Unidos, segundo cifras oficiais do CBP.
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