Uma cubana, que havia entrado nos Estados Unidos pela fronteira e que um juiz lhe tinha concedido o I-220B (Ordem de Supervisão e Deportação), foi detida na sua recente consulta migratória e ficou sob responsabilidade do Departamento de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE) na cidade de Miramar, no condado de Broward, para possível deportação para Cuba.
Yoselianys Rodríguez está casada com um médico, também natural da ilha, que abandonou uma missão na Venezuela. Ashley Cepero, o marido, agora é cidadão dos Estados Unidos.
Quando ela chega, eles a deixam detida. Eles a deixam aqui em Broward, que é onde estamos - disse Cepero à rede Telemundo 51.
Sobre o julgamento em que determinaram que sua esposa seria I-220B, Cepero disse que "não a defenderam e não a prepararam adequadamente. Ela não sabia o que fazer e como os cubanos infelizmente têm a barreira do idioma, isso foi impossível".
"Estamos juntos há 3 anos, mas estamos casados há um ano e meio. E logo que nos casamos, iniciamos o processo de pedido de união familiar", revelou o esposo, que também se reuniu com congressistas locais.
Agora, Yoselianys enfrenta o perigo da deportação para uma ilha da qual fugiu, apesar de ter um bom histórico nos Estados Unidos.
O seu caso é semelhante ao de outros cubanos que passaram pela mesma situação. "É muito estranho porque há pessoas com crimes que não são deportadas para Cuba. E as pessoas honestas que não cometeram nenhum crime são deportadas apenas porque Cuba os está aceitando", disse à referida estação de televisão Antonio Ramos, advogado de imigração.
Opinião com a qual concordou recentemente Rosaly Chaviano, advogada que está cuidando do caso de outro jovem cubano detido e exposto à possibilidade de ser deportado para Cuba.
"Conhecemos tantas pessoas que estão nos Estados Unidos há muitos anos e têm crimes graves, e mesmo assim Cuba não os quer", disse a advogada.
Chaviano também destacou que eles observaram um padrão nesse tipo de deportação, que é o fato de que a ilha caribenha aceita jovens recém-chegados aos Estados Unidos.
“Eles não nos disseram oficialmente que isso é um padrão, que estão fazendo dessa forma, apenas com base no que vimos, nas pessoas que foram deportadas recentemente, nos anos em que entraram e nas idades, é o que estamos entendendo”, disse.
Outros cubanos detidos e com risco de deportação.
Esta semana foi revelado o caso de Lisván Isidrón Cabrera, de 26 anos, que entrou nos Estados Unidos em março de 2021 pela fronteira, obteve um medo crível, mas perdeu o seu caso de asilo político perante as autoridades migratórias. Agora ele foi detido pelo ICE, após comparecer à sua cita de imigração.
"Ele não tem ninguém, ele só tem a mim e ao seu irmão. Nós não temos ninguém em Cuba. Não sei o que seria se o mandassem para lá", disse a mãe Mirielzi Cabrera, num tom de total aflição à Telemundo.
No ano passado, Dachel Caballero, outro cubano com I-220B, foi detido pelo ICE assim que chegou ao local onde compareceria à sua consulta migratória.
Caballero tinha entrado ilegalmente nos Estados Unidos há quatro anos. Ele vivia com sua esposa e seu filho pequeno.
Outro caso foi o de Francy Pérez, um cubano que chegou aos Estados Unidos por via marítima em outubro de 2022.
Pérez had been released on bail with an electronic monitoring bracelet, which required him to check in regularly at ICE offices. He was arrested while attending one of the check-ins.
Luis Alberto Martínez, outro cubano em situação semelhante, teve melhor sorte no ano passado, após o governo dos Estados Unidos decidir suspender temporariamente sua extradição.
"Ou seja, tenho minha deportação suspensa por um ano, [durante] o qual tenho que continuar o processo que estava fazendo com minha advogada, até que possa, com a graça de Deus, obter a residência", relatou ao jornalista Eduardo Yusnaby Rodríguez, da Telemundo 51.
No mês passado, o governo dos Estados Unidos realizou o seu décimo quinto voo de deportação para Cuba, no qual 56 imigrantes cubanos foram devolvidos.
Somam 48 operações de repatriação, envolvendo 744 pessoas de diferentes países da região, tanto por via aérea como marítima", afirmou o Ministério do Interior (MININT) em X.
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