O líder da dupla Buena Fe e defensor fervoroso do regime cubano, Israel Rojas, pronunciou-se sobre a briga em massa de jovens na Finca de los Monos, ocorrida no último sábado.
Passei por ali. E soube que aquilo não estava bem. São muitos anos vendo multidões de jovens", começou dizendo o cantor, que também afirmou que esse fato é apenas "o começo".
O filme será lançado neste verão, ou no próximo. Todas as condições estão criadas para situações assim em qualquer canto de Cuba", continuou dizendo em uma postagem publicada na rede social Facebook.
Israel mencionou entre as causas a grave crise econômica, o foco nos gostos dos jovens e o conteúdo digital que descreveu como "sem contrapesos éticos ou estéticos e nos quais mais dinheiro foi investido para promover uma suposta 'cultura' portadora de antivalores".
Surpreende o nível de crítica de um artista que sempre esteve apoiado pelo regime, ao qual desta vez culpou de maneira implícita pela "crise do setor educativo", e avisou-lhes que "tudo isso e mais está aí, como sol que não se pode tapar com um dedo".
Mencionou que "o ocorrido deve servir para conhecermos melhor quem somos os cubanos hoje neste país após a pandemia", porque, segundo ele, "havia uma Cuba que já não é a mesma em menos de 4 anos".
Também relatou que no mesmo dia ele deu um concerto no Museu Nacional de Belas Artes, onde foi convidado para celebrar os 15 anos do programa de televisão "Entre Manos".
"Para esse tipo de opção cultural não há plataforma de streaming, não há agências de Community Manager, não há gestão para maximizar alcance (pago) em plataformas digitais. Não há Youtubers reagindo, comentando, amplificando e tornando algo popular. O que aconteceu no Museu de Belas Artes foi comovente", disse.
Israel, que também compartilhou um vídeo do evento, esclareceu para aqueles que não concordavam com sua opinião que está há mais de 25 anos "tentando fazer com que os jovens e adolescentes, crianças e idosos que gostam da minha música vão a um concerto para cantar, dançar e se divertir sem correr o risco de se ferir", foram suas palavras.
As imagens da briga em massa entre grupos de jovens que ocorreu na Finca de los Monos, em Havana, podem ser descritas como surpreendentes, ao deixar claro a existência de gangues armadas com facões e feridos por armas brancas.
O regime cubano, através do seu porta-voz Humberto López, elevou para seis o número de feridos por este triste acontecimento.
Araiz Torres, vinculada a Klatus Creativo, o principal patrocinador do evento, disse que "a comunicação institucional falhou em todos os níveis", e esclareceu que "nunca foi informado que a atividade não havia sido autorizada", entrando em contradição com o Governo de Havana, que afirmou o contrário.
Num texto repleto de alfinetadas e ironias, a empreendedora - porque esclareceu que não é funcionária nem trabalhadora estatal - argumentou que não tinha de saber nem de verificar os protocolos, e que o pedido estava feito por escrito.
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