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Reparação do hospital em Santiago de Cuba não resolve escassez de antibióticos e luvas.

Enquanto o governo de Santiago de Cuba ostenta as reparações em um hospital, o pessoal de saúde e os pacientes sofrem com a escassez de medicamentos e insumos médicos, problemas que o regime não resolve.

Reparan una sala de hospital santiaguero mientras los médicos reciclan guantes desechables © Collage Facebook / Manuel Falcón Hernández y La Tijera
Reparam uma sala de hospital em Santiago enquanto os médicos reciclam luvas descartáveis.Foto © Colagem Facebook / Manuel Falcón Hernández y La Tijera

O governo de Santiago de Cuba ostentou nas redes sociais as reparações em andamento em um dos hospitais da cidade principal; no entanto, não se pronunciou sobre a resolução de problemas urgentes como a escassez de suprimentos médicos e medicamentos.

Manuel Falcón Hernández, governador da província, gabou-se no último sábado no Facebook sobre a reparação das instalações do serviço de urgências do Hospital Provincial Saturnino Lora, uma intervenção construtiva que, segundo o dirigente, permitirá "oferecer um espaço mais confortável e funcional aos pacientes que necessitam de atenção médica".

Captura do Facebook / Manuel Falcón Hernández

O governador destacou que, junto com Beatriz Johnson Urrutia, primeira secretária do Partido em Santiago de Cuba, visitaram o Hospital Infantil Sul, mais conhecido como La Colonia, “para supervisionar as jornadas de higienização e saneamento que estão sendo realizadas para prevenir a arbovirose”.

Por último, informou que trocaram informações com trabalhadores e pacientes sobre a situação dos centros de assistência, bem como sobre as "medidas tomadas para garantir um ambiente saudável".

No entanto, o que o líder não explicou, já que estava visitando esses centros de assistência, são as constantes denúncias sobre a situação higiênica em ambos os hospitais.

Recentemente, o Hospital Provincial Saturnino Lora foi objeto de críticas pela acumulação de lixo em um de seus banheiros, bem como pelo entupimento nos serviços sanitários.

Uma situação semelhante foi alertada em La Colonia, onde o mau cheiro dos banheiros afetava os pacientes e seus familiares na sala de emergência.

O governador também não explicou que os reparos feitos no Hospital Provincial não resolvem a falta de medicamentos e insumos essenciais, como antibióticos e antiácidos, ou a escassez de luvas descartáveis. Atualmente, eles são lavados e deixados secar para serem usados novamente.

Uma enfermeira consultada pelo CiberCuba, que prefere manter o anonimato, explicou que atualmente estão sendo obrigados a usar luvas lavadas que não são esterilizadas. Ela até viu médicos realizarem procedimentos sem elas colocadas devido à falta deste material no centro assistencial.

Não há cefalosporinas nem meropenem, dois dos antibióticos mais importantes. Também não há neste momento nem dipirona nem diclofenaco. Faltam os protetores gástricos - apontou, destacando que os reparos são importantes, mas também esses medicamentos.

Além disso, ele apontou que o centro está lidando com problemas antigos que ainda não foram resolvidos, como vazamentos em várias salas e climatização deficiente. Essas situações são conhecidas pelo governo da província de Santiago de Cuba, alertou.

São frequentes as denúncias sobre a escassez de medicamentos e insumos nos hospitais, bem como as precárias condições em que se encontram os centros de saúde em todo o país.

Recentemente, um cubano compartilhou imagens das condições anti-higiênicas e insalubres das instalações do Hospital Geral Universitário Dr. Gustavo Aldereguía Lima, em Cienfuegos, que, de acordo com suas próprias palavras, está "convertido em uma pocilga".

Captura de tela Facebook / Molinos

"Não se trata de um lixão, mas sim de imagens da mesma sala onde os pacientes com dengue estão no Hospital de Cienfuegos, com baratas incluídas para amenizar o horror", disse o administrador do grupo do Facebook 'Molinos'.

Uma situação semelhante foi denunciada em maio passado pela youtuber cubana Raisa Zequeira, que compartilhou com seus seguidores como é um dia no Hospital Pediátrico Provincial de Artemisa, onde seu filho de quatro anos estava internado.

As imagens mostram a profunda crise que o Sistema de Saúde Pública em Cuba está enfrentando. À falta de medicamentos, à escassez de suprimentos médicos e à infraestrutura hospitalar deteriorada, somam-se as condições insalubres do hospital.

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