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O regime cubano aumentou para seis o número de feridos em briga tumultuária em Havana.

Assim foi confirmado pelo porta-voz oficialista Humberto López em seu programa de televisão, onde aproveitou para acusar novamente os meios de comunicação independentes de serem manipuladores e alarmistas.


O regime cubano elevou para seis o número de feridos na briga tumultuosa que ocorreu este sábado na conhecida Finca de los Monos em Havana.

O dado foi divulgado neste domingo pelo porta-voz oficialista Humberto López durante a transmissão do Noticiário Nacional de Televisão (NTV), em uma cobertura informativa peculiar que não incluiu imagens da briga em massa e concentrou-se em "desmentir" o que foi publicado pela mídia independente, a qual acusou de alarmista e manipuladora.

Horas depois de a notícia viralizar nas redes sociais e diante do silêncio dos meios de comunicação oficiais, o governo de Havana publicou um comunicado no qual negou as supostas mortes relatadas e garantiu que os eventos resultaram em duas pessoas feridas, que foram atendidas em centros hospitalares.

Além disso, também atacou os meios de comunicação que divulgaram o fato e afirmou que o evento era uma "atividade não aprovada", apesar de ter sido anunciado pela televisão estatal cubana, onde nada é promovido sem as devidas aprovações institucionais.

"Lamentavelmente, o incidente provocou dois feridos, que receberam atendimento médico imediato, sem perigo de vida. Não houve mortes", indicou o texto das autoridades da capital.

No entanto, horas mais tarde e após a magnitude de certos eventos que se revelaram impossíveis de ocultar pelas autoridades do regime, a imprensa oficialista ecoou as versões oficiais e ofereceu uma narrativa parcial e suavizada de um dos episódios mais violentos já vistos na sociedade cubana, protagonizado por grupos de jovens e adolescentes armados com facões e outras armas brancas.

"A nota [do governo de Havana] fala sobre os feridos", reconheceu López. "Um deles está hospitalizado no momento no Hospital William Soler, tem 18 anos, está fora de perigo depois de ter sido operado no Hospital Clínico Cirúrgico Joaquín Albarrán Domínguez (Clínico de 26, como é conhecido)."

Em relação ao segundo ferido, López explicou que se tratava de um jovem de 20 anos, que também foi atendido no Hospital Clínico de 26 "por um ferimento que necessitou de sutura e recebeu alta".

Mas esta nota foi ao meio-dia. As investigações continuaram e descobriu-se que além dessas duas, outras quatro pessoas foram atendidas no Hospital Clínico de 26. Um menor de 15 anos, um homem de 20 anos, outro homem de 41 anos e uma mulher de 38 anos foram atendidos", informou o apresentador.

Segundo explicou, todos receberam atenção médica. "A mulher recebeu alta, mas os outros três [pacientes] saíram da instituição de forma irresponsável", acrescentou López.

Seu espaço informativo não mostrou nenhuma das imagens e vídeos que circularam pelas redes sociais, onde grupos de jovens em atitude ameaçadora eram vistos percorrendo as ruas da capital armados de facões e outras armas cortantes. No entanto, López acusou a imprensa independente de manipulação e "atitudes inescrupulosas para tentar desacreditar Cuba com falsidades".

Longe de informar sobre os fatos, o apresentador estrela da contrainteligência cubana dedicou-se a "analisar como os fatos foram manipulados e expor a atitude de pessoas e meios de comunicação" que espalharam "notícias falsas". Além disso, ele forneceu uma explicação detalhada sobre os protocolos estabelecidos para validar as declarações do governo da capital sobre a "não autorização" do evento.

Captura de tela Facebook / Mães cubanas por um mundo melhor

O jornalismo deste país é repugnante. Eles não compartilham um vídeo do que aconteceu, dos centenas de jovens correndo (muitos com facões) para que as pessoas vejam o nível de violência que existe, e para alertar os pais cegos. Ah, não, é melhor dizer que tudo foi porque a atividade não estava autorizada e ponto final", protestou uma cubana no grupo do Facebook 'Mães cubanas por um mundo melhor'.

“Não estava autorizado, né? E a promoção foi até para o canal Habana. O ponto não é se estava autorizado ou não. Isso não diminui a brutalidade que havia lá e a que está desencadeada ultimamente em toda Cuba. Dois dias atrás, havia um grupo em meu bairro com paus afiados nas pontas e atirando pedras nas casas e tudo mais. E então? Ninguém vê nada?”, concluiu a mulher em seu comentário, semelhante a dezenas de outros que repudiaram a manipulação da imprensa oficial e os esforços do regime para ocultar a onda de violência que cresce no país.

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