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Detêm por corrupção diretor do Aqueduto de Manicaragua, Villa Clara.

Fidel Galván León, diretor da empresa de Abastecimento de Água e Esgoto de Manicaragua, em Villa Clara, usava caminhões-pipa para abastecer permanentemente sua casa, e até mesmo encher sua piscina, enquanto a população sofre os efeitos de uma crise prolongada e insustentável de água.

Fidel Galván León llenaba la piscina de su casa con pipas, mientras la población de Manicaragua saca agua de los ríos © Facebook/Héctor Tol Etón
Fidel Galván León enchia a piscina de sua casa com pipas, enquanto a população de Manicaragua tirava água dos rios.Foto © Facebook/Héctor Tol Etón

Fidel Galván León, diretor da empresa de Água e Saneamento de Manicaragua, em Villa Clara, foi detido por corrupção, após denúncias de moradores daquele município prejudicados pela grave crise da água que sofrem há anos.

A informação foi divulgada em publicações nas redes sociais de residentes daquela localidade no centro de Cuba, que haviam denunciado repetidamente as atividades ilegais e excessos do funcionário do governo e de outros líderes, enquanto a população enfrenta a escassez contínua de água.

Captura de Facebook/Héctor Tol Etón

"Fidel Galván, current director of the aqueduct in Manicaragua, was arrested in recent days for corruption in the aqueduct, today he is at home. Neighbors reported him when they saw him using the water trucks to fill his pool. It's not the first time he does it, but it was the last, as the population is tired of so much impudence from leaders in Manicaragua," a user denounced on Facebook.

Esta informação foi confirmada pelo perfil do regime "Força Popular", que divulgou o incidente sem identificar o detido.

Captura do Facebook/Fuerza del Pueblo

Citando uma fonte da localidade de Mataguá, a página precisou que a polícia prendeu Galván pelos crimes de "abuso no exercício do cargo, especulação e açambarcamento".

Fuerza del Pueblo confirmou que o funcionário do regime "usava, em benefício pessoal, os tubos de água para abastecer permanentemente sua casa, incluindo uma piscina em sua propriedade" e acrescentou que, no momento da detenção, "foram encontrados em sua posse 75 litros de diesel e 20 litros de gasolina".

O perfil oficialista sublinhou que "o oportunismo, a desfaçatez e o abuso de poder são repudiados em todas as esferas da sociedade, ainda mais em tempos difíceis" e advertiu que "a lei deverá ser aplicada com severidade".

No entanto, a nota não explica se Galván enfrentará outras medidas administrativas e comparecerá perante os tribunais de justiça por seus crimes.

Há pouco mais de uma semana, o Governo Provincial de Villa Clara publicou uma nota sobre uma visita da governadora Milaxy Yanet Sánchez Armas ao município de Manicaragua, onde "constatou a tensa situação com o abastecimento de água na cidade e suas comunidades adjacentes".

Naquela excursão estava Galván, que é visto em fotos mostrando a líder e sua comitiva as instalações de uma estação de bombeamento.

Captura de Facebook/Governo Provincial Villa Clara

Enquanto isso, a situação crítica nas aldeias de Manicaragua tornava-se cada vez mais insustentável.

Segundo outra denúncia no Facebook, os moradores de Loma de Piedra em Manicaragua revelaram que em 31 de maio chegaram caminhões-pipa na localidade, em meio à escassez, mas apenas para aqueles que "conseguem petróleo (...). Este serviço só pode ser acessado por aqueles que roubam petróleo dos centros de trabalho ou o obtêm por corrupção, pois não há para a população no posto de serviço".

A denúncia de um perfil chamado Héctor Tol Etón afirma que pessoas doentes foram ao governo pedir água e receberam a resposta de que "se conseguirem combustível, podem ir ao aqueduto e ter serviço".

Captura de Facebook/Héctor Tol Etón

"Foi um insulto para o bairro receber os canos e não pegar um balde de água. Aí, assim como em outros lugares, há doentes, crianças e idosos com deficiência", enfatizou a nota.

A angustiante situação levou os habitantes de várias comunidades a cavar buracos e extrair água subterrânea ou a retirá-la dos rios, a fim de atender às suas necessidades domésticas, mesmo em locais onde são despejadas águas residuais, representando um perigo para a saúde e vida das pessoas.

Captura de Facebook/Héctor Tol Etón

O que você vê aqui são pessoas buscando água no rio, pois há mais de 1 mês e meio o que chega às casas de Manicaragua são apenas desculpas dos líderes. Esse rio fica atrás do posto de Reinaldo Urquiza e é nele que despejam os resíduos de todo o desvio de Jibacoa, Guamajal e Esbu. Algumas pessoas pegam essa água para beber depois de ferver, enquanto outros a usam apenas para limpar, lavar e tomar banho. É uma situação deplorável à qual chegamos", denunciou a mesma conta no Facebook.

A publicação aponta como responsáveis os líderes locais, incluindo Galván. Esta situação, afirma, "não afeta Madelaine, a presidente do governo, nem Mileidi, a secretária do partido em Manicaragua, e muito menos o negociante Fidel, diretor do Aqueduto, que se beneficia da situação e que foi presidente do conselho em Mataguá, a famosa aldeia seca".

O texto lembra que esta última localidade "está há mais de dois anos em crise de água", ao mesmo tempo que adverte: "Infelizmente, seus habitantes permanecem inertes diante das desculpas e preferem carregar água nos ombros a arranjar problemas".

No entanto, em 2022, os moradores do bairro El Negrito, em Mataguá, protestaram durante vários dias devido à interrupção do fornecimento de água do Aqueduto, após uma reparação na tubulação que vai para Manicaragua.

Moradores de Mataguá disseram ao CiberCuba que as autoridades locais ignoravam as repetidas denúncias e sempre lhes davam a mesma resposta: "Não há uma solução". Eles também enviaram cartas ao Comitê Central e ao Conselho de Estado, das quais também não tinham recebido resposta.

Os habitantes depositavam então as suas esperanças em mudanças no governo local, mas, a avaliar pelos problemas atuais, a situação não só não foi resolvida, como piorou.

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