O México está prestes a retomar os envios de petróleo para Cuba após uma pausa de três meses.
O petroleiro Vilma, com bandeira de Cuba, chegou na segunda-feira ao terminal de Pajaritos em Coatzacoalcos, na cidade de Veracruz, e está aguardando para carregar nesse porto, conforme anunciado na quarta-feira pela agência Reuters.
Aplicações de rastreamento marítimo como Vesselfinder ou Marine Traffic confirmam que o navio cubano está em México.
A Administração de Andrés Manuel López Obrador enviou pela última vez petróleo para a ilha em fevereiro, quando o navio petroleiro Esperanza partiu de Pajaritos com 350.000 barris.
Essa cifra elevou para 7.435.000 os barris entregues a Cuba até o momento durante o mandato de AMLO, com um valor estimado de 537 milhões de dólares.
A companhia estatal mexicana PEMEX tornou-se o segundo maior fornecedor de petróleo para a ilha a partir do segundo trimestre de 2023, à frente de outros aliados do regime como a Rússia e atrás da Venezuela, que lidera a lista.
A PEMEX envia petróleo bruto leve através de uma subsidiária de sua propriedade a bordo da frota de petroleiros de Cuba, destaca a Reuters.
Desde que começou as exportações regulares de petróleo no ano passado, o México enviou até fevereiro uma média de 21.000 barris por dia (bpd) de petróleo bruto e gás liquefeito de petróleo (GLP) para Cuba, de acordo com dados citados pela Reuters.
Os envios do segundo semestre do ano passado foram avaliados pela PEMEX em cerca de 400 milhões de dólares.
Em junho de 2023, o jornalista mexicano Gerardo Aburto denunciou que a PEMEX estava alegadamente desviando recursos através do projeto Gasolineras del Bienestar para "presentear petróleo ao Governo opressor de Cuba".
O fornecimento de petróleo da Venezuela para Cuba caiu para cerca de 24.500 bpd nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com quase 50.000 bpd no mesmo período de 2023.
Cuba precisa de aproximadamente 125.000 bpd de combustíveis, incluindo gasolina para motores, diesel e fuelóleo para a geração de energia, de acordo com o Escritório de Informação Estatística.
Esse volume enfrenta uma produção nacional de petróleo de cerca de 40.000 bpd, o que cria uma necessidade permanente de importações.
Cuba precisa desesperadamente de combustível. O volume de apagões aumentou consideravelmente nas últimas semanas, resultando até em alguns protestos, algo que preocupa particularmente o governo cubano após os protestos históricos contra o governo em julho de 2021.
Para esta quinta-feira, a União Elétrica (UNE) de Cuba prevê que durante o horário de pico haverá interrupções no serviço elétrico superiores a 1.000 MW, um número que se tornou comum no meio da crise atual.
Talvez contando já com o petróleo mexicano, CIMEX anunciou nesta quinta-feira que abrirá 17 novos postos de serviço em dólares a partir de sábado para "satisfazer" a demanda de combustível.
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