APP GRATIS

Cuba vota contra a resolução da ONU para lembrar o genocídio de Srebrenica.

Além de Cuba, votaram contra a China, Rússia e Coreia do Norte e outros 15 países como Bielorrússia, Eritreia, Suazilândia e Nicarágua.

El presidente de Serbia, Aleksandar Vučić y el general Raúl Castro © presidencia.gob.cu
O presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, e o general Raúl CastroFoto © presidencia.gob.cu

Uma recente votação da Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, aprovou uma resolução que estabelece um dia anual para comemorar o genocídio de Srebrenica, ocorrido em 1995.

A resolução foi aprovada com 84 votos a favor, 19 contra e 68 abstenções. Segundo a Radio Televisão Sérvia (RTS), entre os países que votaram contra está Cuba, juntamente com outras nações como China, Rússia e Coreia do Norte.

Resultados da votação / RTS

A resolução designa o dia 11 de julho como o "Dia Internacional de Reflexão e Lembrança do Genocídio de Srebrenica de 1995". Este genocídio, no qual mais de 8.000 bósnios muçulmanos foram mortos por sérvios da Bósnia-Herzegovina, é uma das maiores atrocidades ocorridas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A resolução não menciona especificamente os sérvios como responsáveis, mas causou uma intensa oposição por parte do presidente da República Srpska, Milorad Dodik, e do presidente sérvio, Aleksandar Vučić.

O genocídio de Srebrenica foi o sangrento clímax da guerra da Bósnia (1992-1995), que surgiu após a desintegração da Iugoslávia.

As tropas sérvio-bósnias invadiram uma zona de segurança protegida pela ONU em Srebrenica e separaram homens e crianças muçulmanas bósnias de suas famílias para depois executá-los. Aqueles que tentaram escapar foram perseguidos e assassinados nas florestas e montanhas circundantes. Este massacre foi confirmado como genocídio por dois tribunais da ONU.

A rejeição da resolução por parte de certos países reflete preocupações sobre seu impacto nos esforços de reconciliação na Bósnia-Herzegovina, um país ainda profundamente dividido. Dodik argumentou que a resolução está sendo imposta por apoiadores dos bósnios muçulmanos e que poderia agravar as tensões étnicas, inclusive sugerindo uma possível secessão da Republika Srpska da Bósnia-Herzegovina, caso a resolução fosse aprovada.

O voto de Cuba contra esta resolução é coerente com seu histórico em votações internacionais, onde costumam se alinhar com países que questionam a narrativa dominante do Ocidente em conflitos internacionais.

Esta postura pode ser interpretada como parte de sua política externa que busca manter relações amigáveis com a Rússia e a China, assim como com outros países que compartilham uma postura crítica em relação às intervenções ocidentais.

As votações de Cuba em Resoluções da ONU condenando a invasão da Rússia à Ucrânia, validando os pontos de vista do Kremlin, demonstram até que ponto a soberania de Cuba se dobra aos ditames das potências aliadas com o regime totalitário de Havana.

Em junho de 2023, o governante Miguel Díaz-Canel viajou para a Sérvia em visita oficial e afirmou que seu objetivo era buscar laços econômicos, comerciais e de investimento em áreas de interesse comum, como agricultura, biotecnologia, cultura, esporte, educação, saúde e turismo.

Como parte deles, Vučić e Díaz-Canel assinaram um acordo de isenção de visto para passaportes oficiais e diplomáticos, embora tenham mantido em vigor a restrição de viagem para os cidadãos adotada em abril daquele ano, quando a Sérvia eliminou a isenção de visto para cidadãos cubanos.

Além de Cuba, outros países que votaram contra incluem Bielorrússia, Eritreia, Essuatíni e Nicarágua. Enquanto isso, nações como Brasil, Índia e México optaram por abster-se, destacando a complexidade do assunto e a preocupação com o procedimento da resolução.

O genocídio de Srebrenica continua a ser um tema delicado, não apenas para a Bósnia-Herzegovina, mas também para a comunidade internacional. A decisão de estabelecer um dia de comemoração busca honrar as vítimas e lembrar a importância de prevenir tais atrocidades no futuro. No entanto, a votação mostra que ainda existem profundas divisões e sensibilidades em relação a como lidar e lembrar esses eventos trágicos.

O que você acha?

Comentar

Arquivado em:


Tem algo para reportar? Escreva para CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689