O governo de Cuba desmentiu nesta quinta-feira o que considerou ser "falsos rumores" sobre a crítica situação energética em Cuba, sem precisar o conteúdo dos mesmos, onde foram publicados ou como se espalharam.
Em uma entrevista concedida à jornalista oficialista Arleen Rodríguez Derivet para o programa de rádio Chapeando bajito, o ministro da Energia e Minas, Vicente de la O Levy, desmentiu alguns "rumores" sobre a crise energética, aos quais não fez nenhuma referência concreta.
A gravação foi compartilhada pelas redes sociais do Canal Caribe, mas o programa de rádio não está publicado no Cubadebate no momento da redação desta nota, portanto, é desconhecido se durante a entrevista foi feita uma pergunta sobre um rumor específico e se a resposta do ministro foi mais ampla do que a que foi publicada pelo programa da Televisão Cubana.
"Arleen, o que acabei de ler é completamente falso, categoricamente isso é mentira," afirmou categoricamente o ministro sem que a audiência tivesse a oportunidade de conhecer o conteúdo de "isso" que leu De la O Levy.
O ministro assegurou que o governo cubano está consciente da falta de eletricidade que está afetando todo o povo de Cuba e das longas horas de perturbações, mas atribuiu isso à grande carga de manutenção que estão realizando.
Além disso, explicou que quando uma grande unidade, como a de Felton, deixa o sistema eletroenergético nacional (SEN) para manutenção, "muitas horas de afetação se acumulam".
"Como nos aconteceu no ano passado, também em abril, coube à Guiteras", disse De la O Levy.
As suas declarações ficam para a história dos "desmentidos oficiais", abrindo um novo capítulo na estratégia de comunicação do regime cubano, dedicado a como desmentir uma informação fantasma.
Para além destas declarações bizarras, De la O Levy insistiu que a manutenção atual das unidades termoelétricas do país continuará até 30 de junho, data a partir da qual o SEN recuperará 700 MW.
"Imediatamente, toda essa potência é incorporada e é um verão totalmente diferente dos dias que estamos passando. E a concentramos para o verão. Por que motivo? Porque é a época em que mais é necessário. É a época em que a população consome mais, é a época em que o povo precisa descansar, porque poderíamos fazer isso em qualquer outro momento e teria um efeito...", explicou o ministro.
A gravação divulgada pelo Canal Caribe foi interrompida abruptamente neste ponto e pouco mais se sabe sobre o desmentido e as explicações de um ministro de Energia e Minas que, com suas palavras, dá uma prosaica "continuidade" às metáforas que inspiraram José Lezama Lima em seu livro de poemas Inimigo rumor.
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