A crise no abastecimento de água na cidade de Santiago de Cuba está levando as pessoas a soluções extremas, como coletar o precioso líquido diretamente de vazamentos nas ruas, comprometendo sua qualidade e segurança, colocando em risco a vida.
Os moradores do bairro Los Pinos, que estão há mais de duas semanas sem receber o serviço pela rede de tubulações, estão enchendo baldes e recipientes diretamente de um grande vazamento na estrada, denunciou nesta quarta-feira no Facebook o comunicador Yosmany Mayeta.
De acordo com o ativista, a enorme cratera na rua é resultado de um conserto de um vazamento que começou há algum tempo, mas ainda não foi concluído, deixando as pessoas sem esse serviço vital por pelo menos duas semanas.
O buraco está localizado na esquina da rua Mariana Grajales com Los Pinos, na cidade de Santiago de Cuba, muito perto de um lixão conforme pode ser observado no vídeo.
Nas fotos compartilhadas por Mayeta, é possível observar como crianças e idosos estão transportando o líquido vital em qualquer recipiente que possam usar para esse fim.
Até lá, chegam pessoas com carroças, tanques e todos os recipientes que têm em suas casas”, afirmou o comunicador, denunciando também que na piscina improvisada criaram um local de recreação.
Ao mesmo tempo, no mesmo local onde as crianças tomam banho e as pessoas pegam água para suas casas, "os cocheiros que passam por essa rua fazem seus animais beberem lá", ilustrando a gravidade do problema que poderia resultar em fonte de contaminação e doenças diarreicas.
Mayeta explained that the neighbors, tired and annoyed of seeing how the water they so desperately need in their homes is being wasted due to the negligence of the regime, asked her to make public the government's deficient management in solving this problem.
CiberCuba contatou alguns vizinhos da região que argumentaram que estão há quase 20 dias sem serviço de água potável.
Uma pessoa do bairro Jiménez, muito perto de uma avaria, denunciou que já passaram 19 dias sem receber o precioso líquido.
Por sua vez, uma mãe do Centro urbano José Martí alertou que há mais de duas semanas não sabe o que é ver água correr nas tubulações.
No entanto, apesar da situação desfavorável que os santiagueros estão enfrentando com os cortes de energia e o precário sistema de abastecimento de água potável, em março passado a primeira secretária do Partido em Santiago de Cuba, Beatriz Johnson Urrutia, pediu às pessoas que não se desesperassem.
A líder foi flagrada em uma reunião de trabalho pedindo para informar as pessoas sobre como, dentro de uma semana, todos terão "sua dose de água".
No entanto, as pessoas que recebem água pelas tubulações também denunciam o péssimo estado do líquido, que mal pode ser usado para tarefas domésticas.
Uma cubana residente na cidade de Santiago de Cuba denunciou a péssima qualidade da água que está chegando às casas na área onde ela mora.
"Miren a água que está chegando ao distrito", denunciou em um grupo do Facebook Keisa Calderín, que não precisou de mais do que duas fotos para demonstrar a gravidade do assunto.
No entanto, os problemas relacionados com o abastecimento de água não são reportados apenas em Santiago de Cuba. Recentemente, o aumento de casos de hepatite A no bairro Reina, na cidade de Cienfuegos, disparou os alarmes e obrigou as autoridades a implementar medidas de vigilância epidemiológica devido ao alerta de saúde.
O doutor Liván Rojas Lantigua, diretor de gestão sanitária da Direção Geral de Saúde em Cienfuegos, informou em uma conferência de imprensa que a maioria dos casos está concentrada em quatro quarteirões desse bairro, onde está sendo realizado um controle de foco da doença, que tem um período de incubação variando entre 15 e 50 dias, conforme uma nota no site do canal local Perlavisión.